Um estudo australiano constatou que apenas 1% dos adolescentes transgênero abandonam o processo de transição após iniciarem tratamento médico hormonal, e que 5,3% deles decidem abandonar antes ou durante a avaliação que precede o tratamento.

A pesquisa “Reidentification With Birth-Registered Sex in a Western Australian Pediatric Gender Clinic Cohort” (“Reidentificação com sexo registrado de nascimento em uma coorte de clínicas pediátricas de gênero da Austrália Ocidental” em tradução livre) procurou entender qual a proporção de jovens que param o tratamento de reafirmação de gênero.



O estudo analisou casos de 548 menores de 18 anos encaminhados para o Serviço de Diversidade de Gênero do Serviço de Saúde Infantil e Adolescente, do Hospital Infantil de Perth – o único que oferece este tipo de serviço na região – entre 2014 e 2020, e os resultados mostraram que mais de 99% daqueles que iniciaram o tratamento com bloqueadores de puberdade ou terapia de reposição hormonal seguiram sem se arrepender da sua escolha.

Ao todo, 29 jovens (5,3%) desistiram de começar o tratamento antes ou após avaliação e apenas dois (menos de 1%) pararam com a medicação.

A pesquisa aponta que faltam evidências sobre a frequência e as características do objeto de estudo, mas concluiu que a proporção entre jovens que se reidentificaram com o gênero registrado no nascimento após tratamento médico de reafirmação de gênero é muito pequena – além de mostrar que o tratamento também é reversível.

Ainda assim, o estudo também afirma que ainda são necessários estudos de acompanhamento, incluindo relatos qualitativos para compreender os diferentes percursos da experiência de identidade de gênero.

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