Comunidade LLBGTQI+  comemora criação de ambulatório voltado para a categoria -  (crédito: MGG/divulgação)

Comunidade LLBGTQI+ comemora criação de ambulatório voltado para a categoria

crédito: MGG/divulgação

Montes Claros, no Norte de Minas, terá um ambulatório voltado para a assistência à população LGBTQIA+, com atendimento gratuito, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ambulatório de Saúde Integral LGBTQIA+ vai funcionar na Policlínica Carlos do Espírito Santo, no Bairro Alto São João, vinculada à Secretaria de Saúde do Município.


A criação do serviço especializado envolveu entidades como o Movimento LGBTQIA+ dos Gerais (MGG), a Associação Arco-íris do Amor e a Aliança Nacional LGBTQIA+ de Montes Claros, além da Comissão de Diversidade da 11ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).


A unidade contará com o atendimento do médico de família Samuel Victor, que, em casos de necessidade, vai encaminhar os pacientes para serem assistidos por um psiquiatra e um psicólogo. O ambulatório será o primeiro serviço médico gratuito do Norte de Minas, voltado exclusivamente para uma parcela específica da população.

 

 

“O ambulatório é um marco histórico para a comunidade LGBTQIA+. Essa população sempre foi inviabilizada quando procura atendimento em qualquer posto de saúde, pois os profissionais da ponta não estão capacitados para o atendimento a esse público”, afirma Willian Martins, assistente social do MGG.

 

Martins salienta que o serviço foi criado no âmbito da Política nacional de saúde integral, que tem como objetivo o atendimento amplo à LGBTQIA+, abrangendo as questões médica e psicológica e a assistência social.


“Esse público vai ser atendido primeiramente por um médico de saúde família, que é um profissional de formação global, para identificar quais suas necessidades. Por exemplo, se houver a necessidade de tratamento hormonal, o médico vai prestar os hormônios e os exames complementares para verificar quais são os impactos disso, se não tem comprometimento dos órgãos internos, como fígado e rins, e da parte cardíaca”, esclarece o assistente social do MGG.


Martins explica que, após a consulta, se necessário, o médico do ambulatório especializado do público LGBTQIA+ vai encaminhar a pessoa atendida para um psiquiatra, “que vai acompanhar as questões emocionais e psicológicas”.

 

O assistente social lembra ainda que o atendimento do ambulatório especializado envolve também a questão familiar. “Pois, o público LGBTQIA+, muitas vezes, sofre violência dentro de casa”.


O presidente do Movimento LGBTQIA+ dos Gerais José Cândido de Souza Filho, o Candinho, afirma que a implantação do novo ambulatório faz parte da equidade das políticas voltadas para a população LGBTQIA+. Ele ressalta que o serviço vai atender, sobretudo, às pessoas trans e travestis que fazem o uso de hormônios e necessitam de atendimento médico.


“Nos sentimos realizados. Esta é uma grande conquista para nossa classe, que merece o respeito e a dignidade humana, em condições de viver com o acesso a todos os direitos como todos os cidadãos”, assegura Candinho.