Realizado pela primeira vez em Minas, evento prioriza a defesa dos direitos das Pessoas com Deficiência -  (crédito: Túlio Santos/EM/D.A.Press)

Realizado pela primeira vez em Minas, evento prioriza a defesa dos direitos das Pessoas com Deficiência

crédito: Túlio Santos/EM/D.A.Press

Na manhã deste domingo (28/7), a Praça Diogo de Vasconcelos (Savassi), na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, recebeu uma turma muito especial para celebrar a vida, promover a visibilidade e defender os direitos das pessoas com deficiência. Com a expectativa de reunir cerca de mil pessoas até 18h, a Parada do Orgulho da Pessoa com Deficiência (PCD) tem sua primeira edição na capital, depois de ocorrer em São Paulo (SP), Brasília (DF), Recife (PE) e Salvador (BA).

 

"Reunimos, aqui hoje, pessoas com todos os tipos de deficiência, o que é inédito. São deficiências visíveis e invisíveis, como as neurodivergentes, entre elas o autismo", explicou o mineiro Pedro Avelar, um dos fundadores da Parada PCD, Pedro Avelar.

 

 

 

Organizado pela instituição Parada do Orgulho PCD BR, em parceria com organizações não governamentais e movimentos sociais locais, o evento será realizado, ainda neste ano, no Rio de Janeiro (RJ) e mais uma vez em SP. Também um dos fundadores da Parada do Orgulho da Pessoa com Deficiência, Marcelo Zig (do movimento nacional), veio de Salvador (BA) e gostou do envolvimento dos mineiros.

 

Ele informou que, desde a primeira PCD no país, em setembro do ano passado, na capital paulista, ficou evidente a importância da expansão e realização desse movimento em outras cidades brasileiras. “E esse sentimento só cresce e se fortalece com a revolução da Parada em cada local ocupado. É simplesmente incrível compactuar com a energia e o engajamento das pessoas na celebração das existências e potências dos corpos com deficiência.” Para ele, a acessibilidade se torna fundamental para todos.

 

Ao lado dos cofundadores da Parada PCD, Julia Piccolomini e Weverton Fonseca, o mineiro Pedro Avelar acredita que “o evento é uma forma de fortalecer o senso de comunidade entre as pessoas com deficiência, pois reúne temas essenciais como cultura e saúde inclusivas”. Com a camiseta na qual se lia "Meu corpo é político", a paulista Júlia, (do movimento nacional), analista sênior de diversidade e inclusão, destacou a parada na Savassi como "potente", e se surpreendeu com "bastante gente" no local logo nas primeiras horas da manhã. " Nas outras cidades, o movimento foi maior no final do dia."

 

 

De todos

 

Roda de capoeira inclusiva anima Parada do Orgulho das Pessoas com Deficiência, em BH

Roda de capoeira inclusiva anima Parada do Orgulho das Pessoas com Deficiência, em BH

Túlio Santos/EM/D.A.Press

 

Quem passou pela Savasssi pôde ver uma animada roda de capoeira com a participação de pessoas com todos os tipos de deficiência. O casal João Silva e Marli Duarte veio de Pará de Minas, na Região Centro-Oeste de Minas, com o filho Tarcísio Duarte Silva, de 41, que tem deficiências múltiplas.

 

"Iniciativa como essa é importante para dar mais visibilidade para as pessoas, acabar com os preconceitos", disse Marli, que é consultora técnica da Federação das Apaes (Associação dos Pais e Amigos das Pessoas com Deficiência).

 

 

Inclusão se torna uma palavra forte e necessária. "Uma cidade que não é de todos, não é de ninguém. Precisamos construir uma sociedade justa, acessível e inclusiva”, diz a belo-horizontina e PCD, Aline Castro, também cientista e fundadora das iniciativas “Mais que Rampa” e “AcessibiliBAR”.

 

Arte

 

A parada neste domingo teve ainda performances artísticas, atividades de lazer, desfile de moda inclusiva e práticas esportivas em parceria com Associação Paradesportiva e Esportiva de Belo Horizonte (APEBH). Artistas locais e PcDs protagonizam apresentações artísticas – uma delas é a drag queen Olívia Olí, que atual como mestre de cerimônias da parada.

 

"Tenho as pernas atrofiadas, e, desde criança, meus pais me ensinaram a não me esconder", disse Olívia Olí, artista plástica de Sete Lagoas, na Região Central do estado. "Levar meu corpo diferente e político é algo muito valioso. Poder estar entre tantas pessoas que vivenciam as mesmas dificuldades e barreiras que a sociedade ainda insiste em colocar em nosso caminho é um privilégio. Que essa primeira Parada do Orgulho PCD seja a primeira de muitas", disse Olívia Olí. Também na parada, mostrando sua força e ritmo, está a bateria da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), a Apaetucada.

 

Roda de capoeira inclusiva anima Parada do Orgulho das Pessoas com Deficiência, em BH

Evento promove a visibilidade, celebra a vida e chama a atenção para a defesa dos direitos PcD

Túlio Santos/EM/D.A.Press
 

 

Seminário

 

Como parte da programação da Parada PcD, ocorrerá na terça-feira (30) um seminário seguido de sessão solene em prol dos direitos das pessoas com deficiência na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Na programação, debates sobre as temáticas dos direitos das pessoas com deficiência, acessibilidade e inclusão. “Vamos homenagear PCDs e associações que estão presentes na luta anticapacitista em BH”, diz Pedro Avelar.