A 4ª edição do Concurso Miss Trans BH aconteceu nessa terça-feira (30/7) em um teatro cheio e foi celebrada com muito brilho e glamour.
O evento ocorreu no teatro do Colégio Nossa Senhora das Dores, no Bairro Floresta, Região Centro-Sul da capital mineira. Ao todo oito candidatas, de variados municípios mineiros, disputaram o título de Miss Trans BH. Foram dois desfiles, um com traje de banho e outro com traje de gala. Os vestidos brilhantes, as maquiagens impecáveis e a presença na passarela marcaram o evento.
“Mulheres trans são julgadas e marginalizadas pela sociedade, vistas somente pela prostituição. Quando falamos de pessoas trans ou travestis, só imaginamos que elas sejam prostitutas ou cabeleireiras”, diz Evellyn Loren, idealizadora do Miss Trans em BH.
Ela, que também é presidenta do Coletivo TRANSviva e do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Contagem (Cellos), defende que o evento é uma forma dessas mulheres mostrarem que são muito mais do que os estigmas associados a elas.
Vencedora
Depois dos desfiles e diversas apresentações musicais, o momento mais esperado da noite chegou. Com torcida na plateia em peso, a candidata Nathaly Duarte, cearense de 27 anos, foi coroada Miss Trans BH 2024. Em seu discurso de ganhadora, ela disse que vai usar a faixa com muito orgulho e mostrar “para quê o Ceará veio”.
Nathaly desfilou com um biquíni roxo com alças de brilhante e, em seguida, com um vestido de gala longo de pedrarias e uma fenda deslumbrante. Ela também ganhou o título de miss simpatia, decidido entre as próprias participantes.
Antes do concurso, em entrevista ao Estado de Minas, a Miss Trans BH 2024 disse que, caso ganhasse, o título, iria “representar todas as mulheres trans do estado com muita humildade e transparência para poder mostrar que uma trans pode estar em qualquer lugar, não só em uma passarela, mas em qualquer lugar”.
O segundo lugar do concurso ficou com a candidata Luana Moraes, que também foi eleita pelo júri como a participante com o vestido mais belo. O traje da candidata era composto por pedras coloridas e prateadas, com mangas, um decote e uma espécie de colar. A terceira posição ficou com Maxsurya Luiza, de 19 anos de Itabirito. “Quero mostrar que todos nós somos iguais e que merecemos sempre nos priorizar, lutar pelo direito de amar e ser amados, e, principalmente, ser o nosso verdadeiro EU”, disse Maxsurya ao Estado de Minas, antes do concurso.
As candidatas Monik Alves e Thayla Magalhães, ambas de vestido brilhante prateado, ficaram no top 5.
O júri votou nas candidatas levando em consideração os seguintes critérios: maquiagem, cabelo e postura, traje de banho, passarela e conjunto da obra.
Após o encerramento, Evellyn disse que estava realizada com o evento e ressaltou como as candidatas estavam deslumbrantes. Esta foi a primeira vez do concurso em um teatro, anteriormente, as edições ocorriam em casas de festas ou boates. A expectativa é que em 2025 também seja como neste ano. “Eu acho que nós trazemos a arte para o teatro. A gente agrega a família, a sociedade quando você vem para esse espaço. Eu acho que aqui é um local onde as mulheres trans têm que ocupar”, diz a idealizadora.
Convidados e apresentações
O evento contou com a presença de ícones como a vencedora do Miss Trans 2023, Carol Vanushy; a presidenta do PDT Diversidade BH, Mallu Almeida e a Miss Minas Gerais Gay 2024, Allexa Dantas.
Como atração, o evento teve performance de artistas como Nickary Aycker, Lanny Jackson, Allana Dellatorre, Scarlla Veigr, Gabi Rezende, Verônyka Daymond Brasil Dellatorre e a cantora Larah Bia.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Fernanda Borges