Aos 68 anos, o artista independente Thomaz Gomide, que vive em São Paulo, encantou internautas com seus vídeos dançando balé. Em entrevista ao Estado de Minas, o escritor e ilustrador contou como a arte tem um papel fundamental em sua vida. 



“Eu escrevo muito e tenho muita atividade intelectual. Quando eu vou dançar, é como se essa energia que estava parada na cabeça esparramasse pelo corpo”, diz Thomaz, que é autor de dois livros de poesia e ilustrador de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para a Hexa Editora. Para ele, dançar é uma prática de bem-estar.

 



 

Sobre a repercussão na internet, o artista conta que um de seus "singelos" vídeos, como ele mesmo os descrevem, ultrapassou, despretensiosamente e organicamente, 500 mil visualizações e, a partir disso, ele começou a ganhar seguidores. 

 


 

Nos comentários da publicação, alguns até mesmo em inglês e japonês, internautas relatam estarem encantados e inspirados pelos movimentos de Thomaz. “Inspiração é lindo. Já tem pessoas que, pelo menos na hora em que estão vendo aquilo, respiraram e sonharam um momento de arte”, pondera o escritor. 


 

 

A dança para Thomaz não se limita à sala de aula. Desde que tenha música boa, o artista conta que gosta de dançar onde der, como em boates, apesar de atualmente não ir a esses locais com muita frequência. “É estranho, as pessoas deveriam estar dançando em todas as partes”, deixou escapar. 


 

Sobre a performance física, o escritor destaca a importância de sua professora de balé também ser fisioterapeuta e diz que dançar o consome. “Eu fico muito cansado no dia que eu faço. Muito cansado. Então, quando eu estava escrevendo, eu só podia fazer uma aula por semana”, conta.


Trajetória


Desde fevereiro do ano passado, Thomaz faz aulas com uma professora de balé especializada em alunos com mais de 50 anos. No entanto, a trajetória dele com a dança é extensa. Aos 19 anos, ele começou no jazz e, desde então, passou por outras práticas de danças clássicas e com técnicas variadas, como a de Martha Graham. 


 

A história de Thomaz com a dança não é linear ou constante, mas faz parte do espaço que a arte ocupa em sua vida. “O que me segurou e me segura é a cultura. Não é porque eu estou bombando por aí, é porque a vida inteira eu fiquei cultivando a minha arte, que é tudo. A arte é tudo na terra”, conclui.


 

 *Estagiária sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa

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