Dnit faz serviços de recuperação na BR 367, no município de Jequitinhonha -  (crédito: Dnit/divulgação)

Dnit faz serviços de recuperação na BR 367, no município de Jequitinhonha

crédito: Dnit/divulgação

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) iniciou os serviços de tapa-buracos na BR-367, rodovia muito usada nesta época de férias, por ser o "caminho da praia" para os mineiros. A estrada liga Gouveia, na região de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, a Porto Seguro, no Sul da Bahia.

O órgão anunciou que vai fazer uma "renovação total" no piso asfáltico da rodovia entre Araçuaí e Itinga, um dos trechos da BR-367 em piores condições.

O anúncio foi feito depois que reportagem do Estado de Minas mostrou que viajar pela BR-367 tornou-se um verdadeiro sacrifício devido às "panelas" na pista.

A estrada foi apontada como a rodovia federal de Minas Gerais em piores condições, de acordo com a pesquisa Painel CNT dos Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras 2023, divulgada no último dia 15 de janeiro pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O estudo apontou que a estrada tem 39 pontos críticos.

Em publicação em suas redes sociais, o Dnit anunciou a realização de tapa-buracos em trecho da BR-367, Km 140, no município de Jequitinhonha. Destacou também que no mesmo trecho (KM 146) foi executado o serviço de fresagem com recuperação da pavimentação com o uso de Cbuq (Concreto Betuminoso Usinado a Quente).

A BR-367 tem também diversos trechos de terra, cuja pavimentação é prometida há décadas por governantes. O EM mostrou que um dos percursos da estrada em piores condições é um trecho asfaltado de 47 quilômetros entre Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha.

Nesta época do ano, muitos motoristas recorrem ao trecho asfaltado entre Araçuaí e Itinga como atalho para chegar às praias do Sul da Bahia. As "panelas" na pista geram atrasos, prejuízos e muita revolta dos motoristas que passam por ali.

Procurado pelo Estado de Minas, o Dnit anunciou a meta de realizar os serviços de recuperação total no trecho entre Araçuaí e Itinga, preparando o processo licitatório.

"O Dnit está realizando serviços de tapa-buracos no trecho citado e está trabalhando para lançar licitação para contratação de obras de restauração do segmento, que compreende renovação total do pavimento e sinalização horizontal e vertical, entre outros serviços", diz o órgão, por meio de nota.

Protesto

Na semana passada, motoristas que passaram pela BR-367 entre Araçuaí e Itinga protestaram contra a precariedade do piso asfáltico. "Essa estrada está horrível. A gente precisa fazer zigue-zague na pista (para desviar dos buracos) e consegue rodar no máximo a 30 ou 40 quilômetros por hora. A estrada está cheia de panelas no asfalto, o que nunca vi antes", reclamou o açougueiro Hélio Mário.

Ele contou que sempre percorre a estrada, viajando de Araçuaí para Catuji (na mesma região). "Só tem buraco. Eu queria saber as respostas dos governantes sobre o que pode ser feito em um lugar (trecho) desse aqui. Está horrível. Agora é a hora de pagar o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e o seguro obrigatório que está voltando. E onde que isso retorna pra nós? O que a gente investe no carro fica tudo na pista, com tantos buracos e crateras. Eu queria uma melhoria para o lugar. Esta é minha reivindicação", desabafou Hélio Mário.

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Ele salientou que, por causa da "buraqueira", muitos veículos circulam na contramão na BR-367, elevando os riscos de acidentes. Hélio Mário disse ainda que antes demorava 40 minutos para percorrer o trecho de 73 quilômetros de asfalto entre Araçuaí e Itaobim (entroncamento com a BR-116). Hoje, com a "buraqueira", gasta em torno de duas horas para atravessar o mesmo percurso.

Outro usuário que reclamou das más condições da BR-367 foi o caminhoneiro Nelson Dias dos Santos, de uma transportadora de Montes Claros, que percorre a rodovia, em média, duas vezes por semana para o transporte de cargas para o Vale do Jequitinhonha.

"A situação dessa estrada está muito crítica. Atrasa as viagens da gente e estoura os pneus. A gente perde muito tempo na rodovia", declarou Nelson Dias.