Os preços do ar-condicionado subiram 6,09% no Brasil em outubro, segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta sexta-feira (10/11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
É a maior inflação do produto em três anos, desde outubro de 2020 (10,54%). Os preços haviam avançado 1,43% em setembro de 2023.
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De acordo com o IBGE, a carestia em outubro pode ser associada a pelo menos dois fatores: a recente onda de calor que atingiu regiões como o Sudeste e a seca histórica no Amazonas.
Na teoria, as altas temperaturas tendem a elevar a procura pelo aparelho. Com a demanda maior, há uma pressão sobre os preços.
Já a seca no Amazonas tem prejudicado o transporte de mercadorias pelos rios do estado. Os reflexos da estiagem foram sentidos por indústrias que produzem eletrodomésticos e outros equipamentos na Zona Franca de Manaus.
"Temperaturas mais quentes podem acabar influenciando os preços do ar-condicionado. Além disso, tem a questão da seca do Amazonas, que está dificultando a produção de diversas indústrias", disse André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA.
ALTA ACIMA DE 10% EM SP
A inflação do ar-condicionado é calculada para 14 capitais e regiões metropolitanas. Em outubro, os preços do aparelho subiram em todos os locais.
São Paulo registrou a maior alta: 10,69%. Campo Grande (9,63%) e Brasília (9,32%) vieram em seguida. Fortaleza teve a menor inflação do produto no mês passado (1,80%).
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o calor que vem sendo registrado no país provoca impactos em diversas atividades da economia, que começam a colocar em prática medidas de contingência já existentes e planejam novas adaptações para um cenário de aquecimento prolongado.
O aumento brusco da temperatura altera o rendimento de motores de aviões, eleva os custos com ar-condicionado em escritórios, prejudica setores agrícolas e represa vendas de parte do varejo.