Prédio do Banco Central
     -  (crédito:  Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Prédio do Banco Central

crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Cidadãos com valores a receber do Banco Central devem ficar atentos para não ser vítimas de golpes. Falsários estão distribuindo e-mails, enviando links por WhatsApp e indicando um falso aplicativo, em nome da autoridade monetária, no novo golpe do SVR (Sistema de Valores a Receber).

O SVR é um sistema que devolve dinheiro esquecido em bancos e instituições financeiras. Tem direito aos valores a receber trabalhadores e empresários, além de herdeiros cujos titulares tenham deixando qualquer quantia sem ser retirada.

Segundo o Banco Central, cerca de 38 milhões de brasileiros e 2.900 empresas ainda não retiraram os valores esquecidos em contas inativas de bancos e outras instituições.

O falso aplicativo foi retirado do Google Play Store, mas a desenvolvedora tem outros apps que realizam suposta consulta de benefícios, como restituição do Imposto de Renda, auxílio-gás e CadÚnico (Cadastro Único). Todos eles podem levar a golpes.

O Banco Central alerta que a consulta do dinheiro esquecido é feita apenas no site oficial do sistema, que é o valoresareceber.bcb.gov.br. Não há cobrança de taxas para verificar se há saldo nem para retirar o dinheiro.

Segundo o BC, a falsa consulta é oferecida por anúncios no Facebook, com link para baixar o aplicativo e supostamente checar o saldo. O anúncio é acompanhado por um trecho de reportagem sobre o assunto, com imagens de uma pessoa mexendo no celular.

Procurada pela Folha de S.Paulo, a Meta, dona do Facebook, afirma que atividades com objetivo de enganar e fraudar terceiros não são permitidas na plataforma e recomenda que usuários denunciem conteúdos suspeitos para avaliar se há violação das políticas da plataforma e remoção nesses casos.

O aplicativo falso cobra uma taxa para realizar o serviço de consulta de valores e o pedido de resgate. Tanto a consulta de valores quanto o pedido de resgate de saldo esquecido são gratuitos no Banco Central e não é preciso pagar nenhuma taxa.

Em nota, o BC informou que não envia links ou e-mails a correntistas para oferecer serviço de consulta de valores esquecidos e que ninguém está autorizado a entrar em contato com o cidadão em nome do Banco Central ou do SVR.

A recomendação é não abrir links, ignorar esse tipo de e-mail e bloquear o remetente. Caso o cidadão tenha instalado o aplicativo, não deve fazer nenhum tipo de pagamento para ter acesso aos supostos serviços dele.

Caso o golpe já tenha ocorrido, deve-se registrar um boletim de ocorrência e procurar o banco ou a operadora do cartão de crédito para denunciar a situação e tentar recuperar o dinheiro. Também é recomendado que a vítima realize reclamação formal contra a empresa desenvolvedora do aplicativo no Procon local.

No total, R$ 7,3 bilhões ainda podem ser resgatados, sendo R$ 5,86 bilhões referentes a pessoas físicas e R$ 1,4 bilhão a pessoas jurídicas. O SVR já devolveu R$ 5,1 bilhões em valores esquecidos para mais de 15 milhões de cidadãos e 771 mil empresas.

COMO FAÇO PARA SOLICITAR OS VALORES A RECEBER?

1 - Acesse o site valoresareceber.bcb.gov.br e clique em "Sistema de Valores a Receber"

2 - Informe os dados solicitados pelo sistema, que são CPF e data de nascimento, para pessoa física, ou CNPJ e data de abertura da empresa, para pessoas jurídicas

3 - Vá em "Consultar"

4 - Depois, clique em "Acessar SVR"

5 - Em seguida, informe o seu CPF e a senha Gov.br prata ou ouro

6 - Na página seguinte, se o dinheiro a ser sacado for seu, escolha "Meus valores a receber"; caso seja de alguém que já morreu vá em "Valores de pessoas falecidas"

7 - Aceite o "Termo de ciência" e vá em "Confirmar"

8 - Na próxima tela, aparecerão as seguintes informações: quanto há para receber, nome e demais dados do banco ou da financeira que vai pagar, origem do dinheiro e informações adicionais, se for o caso

9 - Se o sistema indicar a opção "Solicitar por aqui", será preciso selecionar uma de suas chaves Pix e informar os dados pessoais (guarde o número do protocolo)

10 - Caso o sistema ofereça a opção "Solicitar por aqui", mas não apresente a possibilidade de informar a chave Pix, entre em contato com a instituição financeira pelo telefone ou pelo email informado para combinar a forma de devolução

ATÉ QUANDO POSSO RETIRAR MEUS VALORES?

Diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando havia um calendário de pagamentos, o resgate do dinheiro esquecido poderá ser feito a qualquer hora. É preciso ter conta Gov.br nível prata ou ouro para fazer a solicitação de pagamento ao banco ou à instituição financeira onde o valor está.

COMO FAÇO PARA TER CONTA GOV.BR PRATA OU OURO?

Cidadãos com dinheiro esquecido em bancos e financeiras precisam ter conta no sistema Gov.br nível prata ou ouro para sacar os valores a receber. O selo deve ser maior que o bronze 'porta de entrada do Gov.br' para trazer mais proteção e segurança aos dados do contribuinte.

A conta pode ser criada por computador, tablet ou celular. No computador, basta acessar o site do sistema (gov.br/governodigital) e seguir o passo a passo. São solicitadas informações como número do CPF e data de nascimento, entre outras.

No celular ou tablet, o cidadão deve baixar o aplicativo e criar a sua conta. Neste caso, é mais fácil conseguir nível prata ou bronze porque, como há acesso à câmera, o cidadão consegue provar com mais facilidade sua identidade, por meio da biometria.

COMO SEI QUE NÃO ESTOU SENDO VÍTIMA DE UM GOLPE COM OS VALORES A RECEBER?

O BC faz alerta de que o único site onde você pode consultar e saber como solicitar a devolução dos seus valores, da sua empresa ou de pessoas falecidas é valoresareceber.bcb.gov.br e que todos os serviços do portal são gratuitos. Caso alguém ofereça e cobre por serviços de consulta, trata-se de um golpe.

O Banco Central também não manda links nem entra em contato para tratar de valores a receber ou confirmar dados. Apenas a instituição que aparece no sistema pode entrar em contato com o cliente, mas ela não pode pedir senhas.

Não acesse links suspeitos enviados por email, SMS, WhatsApp ou Telegram.