Cliente comprando em sacolão de Belo Horizonte -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Cliente comprando em sacolão de Belo Horizonte

crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press

O preço médio de hortifruti ficou até 84% mais caro nos sacolões de Belo Horizonte em apenas dois meses. É o que apontam o site de pesquisas MercadoMineiro e o aplicativo ComOferta.com, que realizaram um levantamento dos preços, entre os dias 28 a 30 de novembro, em 20 estabelecimentos da capital mineira.


De setembro a novembro deste ano, o quilo da batata inglesa teve um aumento de 84,77%, subindo de R$ 3,51 para R$ 6,49. Já o preço médio do chuchu foi de R$ 2,54 para R$ 4,66, aumento de 83.48%. O quilo da cebola branca subiu de R$ 4,24 para R$ 6,93, aumento de 63%.


O quilo do repolho subiu de R$ 2,44 para R$ 3,86, um aumento de 58%. O quilo da laranja pera rio subiu de R$ 3,54 para R$ 4,84, aumento de 36,61%. O quilo da banana prata, de R$ 5,49 para R$ 7,03, aumento de 28%. O quilo do inhame, de R$ 4,98 para R$ 6,18, crescimento de 24%. O quilo do abacate subiu de R$ 5,01 para R$ 6,23, aumento de 24%. O da melancia, de R$ 3,01 para R$ 3,64: 20,78%.


As quedas foram bem mais tímidas. O tomate comum, por exemplo, caiu de R$ 8,01 para R$ 6,13, redução de 23%. O quilo da cenoura vermelha caiu de R$ 4,84 para R$ 4,36, redução de 9.91%. O quilo do mamão havaí, de R$ 9,49 para R$ 8,19: 13.75%.

Arthur Lopes Fernandes notou a mudança nos preços. “É um aumento bem considerável, no preço da banana, principalmente a prata, e também laranja, cenoura, abóbora, cebola…”. Na percepção dele, o aumento é geral: “Vou em vários sacolões e tenho observado esse aumento. Não é só aqui nessa unidade”, afirma.

Maísa Coelho, consultora de vendas do Sacolão Center, no Bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul de BH, reforça. De acordo com ela, os preços nos sacolões são parecidos, variando em poucos centavos de um estabelecimento para outro. Maísa diz que “o tomate e a batata inglesa são os maiores vilões”, porque são os itens que costumam ter maior variação.

O cliente e a profissional compartilham da mesma opinião: apesar do aumento nos preços, o público precisa continuar comprando os produtos, porque são itens básicos da alimentação. “São itens básicos na mesa do consumidor, então não dá para ficar sem”, diz Arthur.

A consultora explica que, mesmo com a variação, o movimento de clientes no sacolão não muda tanto. “O movimento se mantém, porque não tem outra alternativa. As pessoas não têm para onde correr, têm de comprar, porque têm de comer”, relata Maísa.

Economista explica aumento


Segundo o economista e proprietário do MercadoMineiro, Feliciano Abreu, o aumento expressivo em dois meses é preocupante para o consumidor, mas tem explicação. “Você imagina um calor de 40ºC que esses produtos ficaram expostos nas últimas semanas; a terra fica quente; o custo de irrigação fica maior; e tem o transporte desses produtos que ficam expostos ao sol, até mesmo na venda. E para o consumidor é difícil armazenar um produto em um calor desses durante muito tempo. Então, isso ocasiona uma demanda maior”, aponta.


O economista destaca que o fim do ano é também um dos fatores para o aumento de preços. “Nessa época, há uma procura maior por esses alimentos, devido às festas, na qual todo mundo faz uma mesa de frutas. Isso nos preocupa, porque as frutas são uma saída para a ceia, muita gente troca as nozes por frutas tropicalizadas, ou diminui a quantidade de nozes e frutas secas”, diz.


Como solução, Feliciano recomenda que o consumidor tem que conciliar preço e qualidade, dando preferência para os “dias de ofertas da semana” ou ‘de feira’, pois são preços de produtos da safra e com boa qualidade.


Variações


As variações são os maiores e menores preços encontrados dos produtos nos estabelecimentos. Só no quilo da batata inglesa as variações chegaram a 817%, que pode custar de R$ 0,98 até R$ 8,99. Confira as maiores variações:

  • Quilo do limão Tahiti pode custar de R$ 1,99 até R$ 13,99, variação de 603%.
  • Quilo da beterraba custando de R$ 0,98 até R$5,99, variação de 511%.
  • Quilo do tomate comum custa de R$ 1,98 até R$ 11,90, variação de 501%.
  • Quilo da cenoura vermelha custando de R$ 1,98 até R$ 7,99, variação de 303%.
  • Quilo do mamão havaí pode custar de R$ 3,98 até R$ 13,99, variação de 251%.
  • Abacaxi custando de R$ 3,99 até R$ 11,90, variação de 198%.
  • Quilo do abacate custando de R$ 3,98 até R$ 9,99, variação de 151%.
  • Quilo da banana prata pode custar de R$ 3,98 até R$ 8,99, variação de 126%.
  • Dúzia de ovos brancos custando de R$ 7,98 até R$ 13,98, variação de 75%.
  • Dúzia de ovos vermelhos custando de R$ 9,80 até R$ 16,98, variação de 73%.
  • Quilo da maçã custando de R$ 9,99 até R$ 16,99, variação de 70%.
  • Cebolinha ou salsinha variam de R$ 1,98 até R$ 2,99, variação de 51%.
  • Couve custando de R$ 1,98 até R$2,99, variação de 51%.
  • Quilo da laranja pera custando de R$ 3,98 até R$ 5,99, variação de 50%.


A pesquisa completa está no site MercadoMineiro.

* Estagiários sob supervisão do subeditor Thiago Prata