Os mercados imobiliários em Belo Horizonte e Nova Lima, na Região Metropolitana, apresentaram crescimento de 14% entre janeiro e setembro de 2023. O dado faz parte do levantamento divulgado na manhã desta terça-feira (19/12) pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
A cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foi um dos destaques do interior, com um número de vendas e de lançamentos maior do que a capital mineira. No entanto, em Valor Global de Vendas e Valor Global de Lançamentos, BH teve desempenho melhor devido ao fato da comercialização de imóveis de luxo e alto padrão.
Mercado imobiliário de Minas Gerais: janeiro até setembro (2023)
O levantamento considerou apenas unidades de apartamentos novos, sem levar em conta os imóveis já em uso.
Unidades Lançadas
Quanto às unidades lançadas, BH e Nova Lima apresentaram crescimento. Já na Região Metropolitana, que considera os municípios de Contagem, Vespasiano, Ribeirão das Neves, Igarapé, Mateus Leme, Matozinhos e Pedro Leopoldo e outras cidades do interior tiveram decréscimo.
BH e Nova Lima = 14%
RMBH = - 27%
Interior = - 8%
“O que faz com que BH e Nova Lima tenham crescido tanto em lançamentos quanto em vendas diz respeito ao padrão econômico, a diferença força do padrão econômico no interior e na capital mineira. Isso porque, em BH, imóveis de maior valor foram os que registraram maior crescimento, ao passo que, os imóveis de padrão econômico tiveram queda, em virtude das dificuldades do Programa Minha Casa Minha Vida, especialmente, nos oito primeiros meses do ano”, afirmou Ieda.
Unidades vendidas
Quanto às unidades vendidas, BH e Nova Lima também apresentaram aumento e a Região Metropolitana teve queda. As cidades do interior começaram a ser contabilizadas neste ano e não puderam ser comparadas.
BH e Nova Lima: 4%
RMBH: -15%
Comparando os destaques
Em termos de vendas, lançamentos e ofertas, Uberlândia foi superior nesses quesitos em comparação a BH. Já em Valor Global de Venda e Valor Global de Lançamento, Belo Horizonte teve desempenho melhor devido à comercialização de imóveis de luxo e alto padrão.
Vendas/Lançamentos/Ofertas em BH: 3663/4691/3685
Vendas/Lançamentos/Ofertas em Uberlândia: 4445/4950/5019
Valor Global de Lançamento/Valor Global de Venda em BH: 3,96/3,99 bilhões
Valor Global de Lançamento/Valor Global de Venda em Uberlândia: 1,91/1,79 bilhões
Contagem também foi um destaque nas vendas, atrás apenas de Belo Horizonte, mas a variação foi maior na localidade vizinha do que na capital mineira: 11% em Contagem contra 4% em BH.
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No entanto, Contagem e alguns outros municípios da RMBH como Vespasiano, Ribeirão das Neves, Igarapé, Mateus Leme, Matozinhos e Pedro Leopoldo apresentaram queda nos lançamentos de imóveis.
“Onde se vê queda de lançamentos e de vendas são nas cidades do interior e da Região Metropolitana de Belo Horizonte justamente, pelas dificuldades do Programa Minha Casa Minha Vida nos últimos dois anos, sendo, um aumento muito forte no preço dos insumos. Esse aumento impediu os lançamentos e construção dos imóveis com os valores anteriores a 2020”, disse.
Tendo em vista o período de janeiro de 2020 a outubro de 2023, considerando o advento da pandemia de Covid-19 nesse ínterim, o Custo Unitário Básico dos materiais de construção registrou um aumento de 82%. Tal fator levou a um aumento de mais de 55% no preço médio dos imóveis.
Ela ainda explicou que a partir de agosto, com as novas regras do programa, como o aumento do valor do teto do imóvel, do aumento no valor do subsídio justificam o desempenho de vendas e lançamentos no interior, onde se caracteriza a oferta de imóveis do padrão econômico, com valores até R$ 350 mil.
Mercado imobiliário de BH e Nova Lima: janeiro até outubro (2023)
Pelo terceiro ano consecutivo, BH e Nova Lima venderam mais de 4000 unidades no período de janeiro a outubro. Foram comercializadas ao todo 4.652 imóveis. Aumento de 18% nas unidades lançadas e de 12% no número de empreendimentos lançados.
Quanto aos tipos de imóveis, em Belo Horizonte e Nova Lima os destaques nas vendas são para os apartamentos de luxo, com o valor entre R$ 1,5 mi e R$ 3 mi. Foi registrado um aumento de mais de 320% em 2023 quando comparado com o ano anterior. Outro destaque são os imóveis de padrão especial, como os lofts, studios, apartamentos com um quarto, que tiveram uma variação de 440% em comparação ao ano passado.
No recorte por regionais da capital mineira, os destaques são para as Regiões Centro-Sul e Oeste foram as que mais unidades venderam e mais imóveis foram lançados.
Vendidos/Lançados Centro-Sul: 1147/1603
Vendidos/Lançados Oeste: 1266/1771
Essas regiões são os locais onde existem a maior oferta de unidades disponíveis, com 1420 imóveis na Centro-Sul e outros 899 na Região Oeste.
Oferta de vagas no mercado imobiliário
O número de trabalhadores no setor cresceu em 10,5%, em todo o país, nos dez primeiros meses de 2023. Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 6%, passando de 2,51 milhões de empregados com carteira assinada em outubro de 2022 para 2,67 milhões em outubro de 2023.
Em termos de saldo de vagas geradas pelo setor da construção civil, tendo como referência o período entre julho de 2020 e outubro de 2023, foram 829.330 oportunidades de emprego produzidas no Brasil, sendo 94.265 delas se localizaram em Minas Gerais e 29.237 foram geradas em Belo Horizonte.
Minas Gerais foi o segundo maior gerador de empregos no ramo da construção civil, atrás apenas de São Paulo, no período de janeiro a novembro de 2023. Foram produzidas 32.097 novas vagas de trabalho na área.
Por se tratar de um ano pré-eleitoral, a especialista destacou que foram registrados aumentos significativos no saldo de vagas em obras de infraestrutura. No Brasil, o acréscimo foi de 28,5% de janeiro a outubro de 2023 em comparação com o mesmo período no ano anterior. Em Minas Gerais, tendo como base o mesmo recorte temporal, o aumento foi de 2,1% e em Belo Horizonte, o acréscimo foi de 245%.
“Como nós teremos eleições municipais no próximo ano, tradicionalmente, em períodos que antecedem anos eleitorais, temos um crescimento no segmento de infraestrutura. Isso ajuda a responder um pouco melhor pelo desempenho nas obras de infraestrutura ", destacou.
Ela ainda acrescentou que há também previsto o início de algumas obras de infraestrutura em virtude de processos de concessões de portos e aeroportos realizados nos últimos anos.
Expectativa para o próximo ano
Diante desses resultados apresentados pelo Sindicato, os fatores positivos que animam o mercado e podem ser destacados são a continuidade da redução da taxa básica de juros, a Selic; o novo ciclo de crescimento do setor em função das novas condições do programa Minha Casa Minha Vida e a expectativa de um número maior de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
“No que diz respeito à questão do emprego, mais de 800 mil vagas geradas nesse período pós-pandemia, é um número muito significativo, demonstrando a força da construção civil nesses últimos anos, inclusive na nova dinâmica do mercado. Ao mesmo tempo, é um desafio do setor, temos um desafio grande de conseguir mão-de-obra, em função desse ritmo forte de crescimento. Em 2024, precisamos investir muito em treinamento e capacitação para poder atrair mão-de-obra para o setor”, destacou o presidente do Sinduscon-MG, Renato Michel.
Ele ainda demonstrou otimismo para o próximo ano, ressaltando os desafios que se apresentarão e na mesma medida as oportunidades, como a realização de obras públicas que “em 2024, deve ser um ano muito bom para o setor” e os dados apresentados foram considerados positivos pelo presidente. A pesquisa completa pode ser conferida aqui.