O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta-feira (11) que a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fechou o ano de 2023 em 4,62%.
Isso, contudo, não quer dizer que todos os brasileiros sentiram a alta dos preços na mesma proporção. Cada família pode ter uma sensação de inflação diferente, que pode ser maior ou menor do que a taxa apontada pelo IPCA.
Essa diferença está associada ao fato de que o índice oficial mede a variação de uma ampla cesta de produtos e serviços, que podem estar presentes em maior ou menor escala no dia a dia de consumo de cada brasileiro.
"Sua cesta de compras, ou seja, os produtos e serviços que você consome regularmente, pode ser bem diferente da cesta média da população brasileira. Com isso, o seu índice pessoal de inflação pode ser maior ou menor do que o IPCA", afirma o IBGE em seu site.
"Por exemplo, uma família que não consome carne vermelha e não tem filhos em idade escolar terá, com certeza, um índice de inflação pessoal diferente do oficial, cujo cálculo coloca peso considerável na variação do preço da carne e da mensalidade escolar", acrescenta o instituto.
Produzido pelo IBGE desde 1980, o IPCA capta a inflação para famílias com rendimentos diferentes, de 1 a 40 salários mínimos. A cesta do índice é composta por 377 subitens (produtos e serviços).
O instituto define a composição do IPCA a partir da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), que mostra o que as famílias consomem e o peso de cada gasto no orçamento. Os dados mais recentes da POF são de 2017 e 2018.
Individualmente, a gasolina tem o maior peso no IPCA. Isso significa que uma forte alta ou uma baixa dos preços do combustível tende a gerar impacto relevante no resultado do índice.
Porém, as formas como os consumidores percebem as variações da gasolina são diferentes. Uma família com carro tende a sentir mais o efeito direto da alta ou da baixa dos preços nos postos de combustíveis do que uma família sem o veículo.
Para levantar os dados do IPCA, o IBGE coleta preços em dez regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Salvador, Fortaleza e Recife), além de Brasília e outros cinco municípios (Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju).