SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Amil começou a fazer uma série de demissões em uma movimentação que já era esperada, depois que o UHG (UnitedHealthGroup) vendeu a companhia, no fim de dezembro, para José Seripieri Filho, um dos empresários mais tradicionais do setor no Brasil, conhecido como Júnior, criador da Qualicorp.
Segundo profissionais demitidos nesta semana, foram cerca de 80 cortes.
Procurada pela reportagem, a companhia diz apenas que "a movimentação de pessoas é um processo natural em gestão de empresas, em especial nas de grande porte como o Grupo Amil, que possui hoje mais de 34 mil colaboradores em seus quadros".
Além dos cortes, o mercado de saúde espera assistir a uma reestruturação profunda na companhia. Segundo executivos do setor, Seripieri entrou com a visão de que é preciso eliminar despesas e desperdícios identificados no negócio, especialmente na rede hospitalar.
O empresário já começou a trocar os nomes de seus altos executivos, entre eles, Ricardo Bottas, CEO das operações do UnitedHealth no Brasil, que reunia a operadora de saúde Amil e a rede de hospitais Americas, posição que foi eliminada com o fim da UHG Brasil na nova estrutura da empresa. Também sai o vice-presidente jurídico, Fernando Calia.
Um comunicado interno aos funcionários anunciou o executivo Renato Manso como novo CEO da Amil. Com a nomeação, saiu Aline Schellhas, que ocupava o mesmo posto. A executiva deve voltar para a UHG nos Estados Unidos.
A venda da Amil pela americana UnitedHealth por cifras estimadas em torno de R$ 11 bilhões recebeu aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em janeiro.
O negócio foi apontado como o maior acordo de fusão e aquisição já realizado entre uma companhia e uma pessoas física no país. Seripieri financiou R$ 2 bilhões junto aos bancos Santander, Bradesco, BR Partners e BTG Pactual.
O empresário deixou a Qualicorp em 2019 e fundou a QSaúde em 2020, da qual também se desligou em 2023 ao vender sua carteira de beneficiários para a healthtech Alice.