Prates disse em entrevista à agência Bloomberg que a Petrobras deverá ser mais cautelosa na distribuição de dividendos -  (crédito: Mauro Pimentel/AFP – 16/5/23)

Decisão de não pagar os dividendos seria orientação de Lula, mas Prates negou ordem do presidente

crédito: Mauro Pimentel/AFP – 16/5/23

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta segunda-feira (11/3). O encontro ocorre após a maior empresa brasileira perder R$ 55,3 bilhões em valor de mercado e adiar a distribuição de dividendos extraordinários, frustrando as expectativas dos acionistas.

 

No Palácio do Planalto, os dois devem discutir o balanço financeiro da petroleira, anunciado na última quinta-feira (7/3). Em 2023, a empresa teve um resultado 33,8% menor do que em 2022, o que gerou críticas à gestão petista. No entanto, o lucro líquido de R$ 124,6 bilhões ainda é o segundo maior da história.

O Conselho de Administração da estatal ainda havia aprovado a proposta de encaminhar à Assembleia Geral Ordinária (AGO), no dia 25 de abril, uma distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões, o mínimo previsto em seu estatuto. Ainda cerca de R$ 43 bilhões devem ser retidos em reserva estatutária, que separa os recursos para o pagamento de dividendos futuros.

 

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O conselho teria ficado dividido em relação à decisão de adiar o pagamento de dividendos, mas Lula teria orientado os governistas, indicados pelo Ministério de Minas e Energia e pela Casa Civil, a defender a retenção dos dividendos extraordinários. Mesmo com a suposta orientação do presidente, Prates se absteve na votação, mas a decisão do mandatário foi vitoriosa.

 

Em entrevista ao blog da Andréia Sadi, no g1, o presidente da Petrobras negou que os governistas no Conselho tenham recebido ordens do presidente. “O presidente não deu nenhuma ordem sobre a questão dos dividendos. Nós estamos discutindo isso com o acionista majoritário dentro dos espaços possíveis. Houve uma discussão a tempo do anúncio do balanço, havia necessidade de fechar. E foi definido que a gente adiaria a discussão", disse.