O resultado foi anunciado pelo governador Romeu Zema (Novo) com base em estudos da Fundação João Pinheiro (FJP), na manhã desta quinta-feira (14/3) -  (crédito: Bruno Nogueira/EM/D.A Press)

O resultado foi anunciado pelo governador Romeu Zema (Novo) com base em estudos da Fundação João Pinheiro (FJP), na manhã desta quinta-feira (14/3)

crédito: Bruno Nogueira/EM/D.A Press

O crescimento de todas as atividades econômicas fez com que o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais ultrapassasse R$ 1 trilhão pela primeira vez na série histórica. O valor representa um avanço de 3,1% em relação ao ano de 2022.

 

O resultado foi anunciado pelo governador Romeu Zema (Novo) com base em estudos da Fundação João Pinheiro (FJP), na manhã desta quinta-feira (14/3). O chefe do Executivo mineiro exaltou o crescimento e lembrou que o estado tem crescido mais do que a média nacional.

 

A estimativa dos dados da FJP é que o PIB de Minas represente 9,5% do total brasileiro, ao mesmo tempo em que o PIB cresceu 2,9% no final do ano passado. De acordo com os dados apresentados, a aceleração da economia mineira foi impulsionada pelo bom desempenho da agropecuária, que acumulou um crescimento de 11,5%.

 

 

O resultado no setor, segundo avaliação da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, se deve à alta na produção de café, que cresceu em torno de 7 milhões de sacas no último ano, além da cultura de milho, soja e cana-de-açúcar.

 

Dentro do agro, o técnico da FJP, Thiago de Almeida, destacou o crescimento da produção florestal e a pecuária bovina e leiteira, mas frisa que o resultado positivo ainda se deve ao segmento agrícola. “A gente teve as principais culturas do Estado apresentando incremento em sua produção física. O aumento na produção de café em mais de 24%, aumento na produção de soja em 10%, cana-de-açúcar com mais de 12%”, detalhou.

 

No entanto, o agro ainda possui a menor participação no PIB mineiro. O levantamento da FJP aponta para valores de R$ 70,1 bilhões no setor, ou seja, 7,7% do total. A indústria, que teve um crescimento de 3,1%, possui uma fatia de R$ 283,8 bilhões (31%).

 

 

A maior participação no PIB é do setor de serviços, com 61,4% do total, representando R$ 562,1 bilhões. O segmento ainda é estratificado pelo comércio (+1%), administração pública (1,1%) e transportes, que apresentou a maior alta dentro do grupo com 6,6%, enquanto nacionalmente o crescimento foi de apenas 2,6%.

 

“O crescimento tem a ver com o escoamento da nossa produção mineral e do agronegócio que foi o destaque. Mas também tem a ver como o resultado melhor da nossa indústria de transformação (energética), ela é a que mais compra dos demais setores. Isso é importante para ativar o serviço de transporte”, explicou Thiago de Almeida.

 

Crescimento sustentável

 

Assumindo o papel mais técnico dentro do governo do Estado, o vice-governador Matheus Simões (Novo) fez a apresentação dos dados e ressaltou que o crescimento do estado se dá de maneira sustentável. Ele afirma que Minas teve uma perda menor do que o projetado durante a pandemia de Covid-19, além de ter recuperado com velocidade e crescido “a partir dessas bases aumentadas”.

 

Segundo Simões, a prova do crescimento sustentável se dá pelo desempenho dos três grandes setores medidos no cálculo do PIB, exaltando a agropecuária. “O setor continua ganhando relevância dentro do PIB mineiro, então ele cresce mais do que os outros e vai aumentando a sua importância. A agropecuária está se aproximando do que é a mineração e a indústria derivada representa para o estado”, destacou o vice-governador.

 

Entre outros destaques, o número 2 do Palácio Tiradentes afirma que o setor industrial tem mantido a relevância e mostrando “resiliência” ao crescer o dobro da média nacional (1,5%), ao mesmo tempo em que mantém os empregos. Nos últimos meses, empresários do setor, principalmente da siderurgia, reclamam da competição do aço importado da China, que segundo eles chega no Brasil com um preço muito menor do que o de mercado e causa uma competição desleal.

 

Simões também destacou a geração de energia como um dos destaques do crescimento. Segundo o governo, a geração de eletricidade no território mineiro, em Gigawatts por hora, foi de 15,8% em relação a 2022.

 

Zema cita gargalos

 

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), exaltou o crescimento histórico do Produto Interno Bruto do Estado. Porém, o chefe do Palácio Tiradentes ainda ressaltou que é preciso ajustes em gargalos e voltou a citar os problemas na distribuição de energia elétrica e a infraestrutura da malha rodoviária.

 

Em discurso, o governador destacou que sua gestão conseguiu atrair mais de R$ 390 bilhões em investimentos privados desde 2019, além de ter uma meta de gerar 1 milhão de empregos até o final de 2026. No entanto, ele frisou que o estado ainda precisa de correções para manter o crescimento.

 

“Na economia a cada momento existe um gargalo que precisa ser corrigido, e um governo que está próximo do setor produtivo é um governo que vai detectar esses gargalos com agilidade e tomar as medidas corretivas o quanto antes para não prejudicar o processo como um todo”, disse.

 

Zema também afirmou que os problemas de falta de energia em algumas regiões são sintomas de um crescimento acelerado, uma vez que a demanda fica maior.

 

“Consequentemente o nosso parque de distribuição acaba ficando sobrecarregado, mas é um problema que já tinha sido tomado uma medida corretiva. A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) está fazendo o maior investimento da história da empresa para que Minas volte a ter energia abundante em todas as regiões”, emendou o governador.

 

O governador ainda citou os problemas na malha rodoviária do estado, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte e no leste de Minas. De acordo com ele, a falta de infraestrutura têm inibido o crescimento das regiões, uma vez que os investidores levam em consideração as condições do escoamento do produto.

 

“Temos um problema crítico, principalmente na região metropolitana e em algumas rodovias, que é a falta de investimentos. A região Leste de Minas sempre enfrenta problemas para atrair investimentos devido a BR-381 e 262, que é uma estrutura que deveria ter recebido uma ampliação a 20, 30 anos atrás. Precisamos resolver esses gargalos, caso contrário a região fica com muita dificuldade para desenvolver, já que a maioria dos investimentos que chegam sempre analisam a questão”, frisou o governador mineiro.