'A economia cresceu melhor do que aquilo que o FMI previa, ou os pessimistas previam, mas ainda está muito longe de ser a economia que eu pretendo', disse Lula na última segunda (11/3) -  (crédito: Ricardo Stuckert/PT)

'A economia cresceu melhor do que aquilo que o FMI previa, ou os pessimistas previam, mas ainda está muito longe de ser a economia que eu pretendo', disse Lula na última segunda (11/3)

crédito: Ricardo Stuckert/PT

FOLHAPRESS - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda medidas para tentar baixar o preço dos alimentos no Brasil. O tema foi discutido em reunião entre o mandatário e ministros no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (14/3).

 

 

O assunto é debatido enquanto Lula observa queda na popularidade e após o presidente dizer que a economia está longe de chegar ao cenário desejado por ele.

 

"A economia cresceu melhor do que aquilo que o FMI previa, ou os pessimistas previam, mas ainda está muito longe de ser a economia que eu pretendo", disse Lula em entrevista na última segunda-feira (11/3), acrescentando ser necessário baratear alimentos e outros produtos.

 

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que haverá uma estratégia específica no Plano Safra 2024-2025 para incentivar o plantio, próximo a regiões consumidoras, de algumas culturas específicas -como arroz, feijão, trigo, milho e mandioca.

 

"Teremos uma estratégia para direcionar o crescimento da produção, para que ocorra perto dos centros consumidores. E estamos atentos também. Se essas medidas estruturantes, se os preços não abaixarem, nós podemos tomar outras medidas governamentais que serão estudadas pela equipe econômica", disse Fávaro.

 

De acordo com ele, estão sobre a mesa outras medidas estratégicas como crédito e contratos de opções. "Olha, o preço mínimo é tanto, eu lanço um contrato de opção aqui, se o preço cair abaixo, já que nós temos a Política Nacional de Garantia do Preço Mínimo como obrigatória, usamos isso de forma estratégica", disse Fávaro.

 

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Lula e o agronegócio

 

O presidente Lula deve ter, na próxima semana, uma confraternização com representantes de cinco setores do agronegócio: pecuária, fruticultura, celulose, algodão e café. O encontro foi solicitado pelos empresários.

 

"O setor de carnes ficou muito feliz com os anúncios dessa semana. Todas as carnes, bovinos, suínos e aves. Falaram para o presidente que querem fazer um churrasco, convidar pessoas para comemorar esse bom momento", disse, sem mencionar empresários que poderiam participar.

 

Apesar da preocupação, o governo vê tendência de queda no preço dos alimentos e espera repasse para consumidores até abril.

 

No caso do arroz, produto cuja produção foi fortemente atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul, a expectativa é que a redução no preço ocorra já nas próximas semanas.

 

Segundo o ministro da Agricultura, o preço da saca de arroz já reduziu de R$ 120 a R$ 100. "De março para abril [deve chegar redução no preço ao consumidor]. Já começou a cair. Então, na medida que o atacadista começa a repor seus estoques, comprando mais barato, é óbvio que ele forma preço mais barato e vai chegar na gôndola do supermercado", disse Fávaro.

 

Além de Fávaro, participou do encontro o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

 

"O que determina que esse aumento ocorreu em função de questões climáticas que foram muito importantes no Brasil. Todo mundo assistiu ao excesso, a alta temperatura no Centro-Oeste, as chuvas ocorridas no Sul do Brasil. Enfim, foi um aumento sazonal que a tendência agora é diminuir", disse Teixeira.

 

Dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro mostram que a inflação da alimentação no domicílio variou 1,12%. Em janeiro, a alta havia sido de 1,81%, a maior para o primeiro mês em oito anos, desde 2016. À época, a variação dos preços havia sido de 2,89%.