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A renda média domiciliar per capita (por pessoa) alcançou o recorde de R$ 7.580 por mês entre os 10% mais ricos

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Os 10% mais ricos da população brasileira receberam, em média, 14,4 vezes a renda dos 40% mais pobres em 2023, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (19) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

Embora mostre a desigualdade entre os grupos, essa relação continuou no menor patamar da série histórica iniciada em 2012. A razão também era de 14,4 vezes em 2022. O valor máximo da série foi observado em 2018 (17,1 vezes), no pré-pandemia.

 

"Em 2023, manteve-se o menor valor da série histórica, que já tinha sido observado em 2022. Apesar dessa melhora, a desigualdade de renda no país continua muito acentuada", afirmou Gustavo Geaquinto Fontes, analista da pesquisa do IBGE.

 

 

Os dados integram a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua: Rendimento de Todas as Fontes 2023.

 

O levantamento vai além do mercado de trabalho e também traz informações de recursos obtidos pela população por meio de iniciativas como programas sociais, aposentadorias, pensões e aluguel.

 

 

Em 2023, a renda média domiciliar per capita (por pessoa) alcançou o recorde de R$ 7.580 por mês entre os 10% mais ricos. A alta foi de 12,4% ante 2022.

 

Enquanto isso, a renda per capita dos 40% mais pobres chegou a R$ 527 no ano passado, outra máxima da série histórica. O crescimento foi de 12,6% na comparação com o ano anterior.

 

Segundo o instituto, o ganho de renda verificado em 2023 ocorreu em meio a um cenário de ampliação do Bolsa Família, que substituiu o Auxílio Brasil, melhoria do mercado de trabalho e aumento real do salário mínimo.

 

 

Esses fatores, contudo, não foram capazes de eliminar as disparidades que aparecem desde o início da série histórica.

 

Em 2023, a massa de rendimento domiciliar per capita, que é a soma dos recursos obtidos pela população, bateu recorde no Brasil, segundo o IBGE.

 

O indicador chegou a R$ 398,3 bilhões, o que corresponde a um aumento de 12,2% ante 2022. Na comparação com 2019, período pré-pandemia, a expansão foi de 9,1%.

 

 

10% MAIS RICOS TÊM 41% DA MASSA DE RENDIMENTO

 

Outra forma de medir a desigualdade, diz o IBGE, é por meio da fatia da massa de rendimento que cada segmento da população recebe.

 

Em 2023, os 10% com a menor renda ficaram com apenas 1,1% da massa. Já os 10% mais ricos receberam 41% do total.

 

Esse grupo de maior renda, aponta o IBGE, registrou uma parcela da massa quase equivalente à dos 80% da população com os menores rendimentos em 2023 ?41% e 43,3%, respectivamente.