Moradores da capital mineira fecharam o mês de março com média de dívidas que somam R$ 5 mil. O número representa cerca de duas dívidas por pessoa em inadimplência com banco, água, luz e serviços de comunicação. Os valores são maiores ao fazer um recorte para a população de 30 a 39 anos, faixa em que o valor médio chega a R$ 6 mil por pessoa.
Os dados são do levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), com números do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, ressalta que a alta da inadimplência na população entre 30 e 39 é explicada pelo estilo de vida predominante neste grupo.
“Esse grupo possui contratos estudantis com pagamento atrasado ou em negociação, o que faz com que o valor devido seja maior. Além disso, são pessoas com a vida social, profissional e pessoal bastante ativas, o que os torna mais propensos a gastos”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
O valor médio devido pelos demais grupos geracionais em Belo Horizonte é:
- 18 a 24 anos: R$ 3.362,71
- 40 a 49 anos: R$ 5.542,41
- 65 a 84 anos: R$ 4.045,55
O acúmulo se concentra em dívidas com bancos com cerca de 65,52%, mas dívidas com água e luz, despesas essenciais para o dia a dia, também registram valor considerável e representam cerca de 16,16% da fatia de dívidas.
Mulheres são as mais endividadas, mas homens possuem dívida com maior média
Ao comparar os valores com o mesmo período de 2023, o cadastro de inadimplentes alcançou uma alta de 2,96%. As mulheres representam a maior parte dos registros negativos, contribuindo com 47,41% das dívidas cadastradas. Os homens, apesar de não serem os maiores inadimplentes, representam as dívidas com os valores mais altos, a média chega a R$ 5.298,84 para eles e R$ 4.919,60 para elas.
“O corte por gênero revela que os rendimentos habituais recebidos pelas mulheres possuem desempenho inferior ao dos homens em Belo Horizonte. Elas também são as responsáveis pelas compras de manutenção da casa e, por vezes, assumem muitas despesas sozinhas”, pondera Marcelo de Souza e Silva.
Ao analisar os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o presidente da CDL ressalta que o número de dívidas registrou uma alta em relação a março de 2023, cerca de 6,92%, mas ao comparar com fevereiro é possível perceber um recuo de 0,4%. O que representa uma estabilidade nos valores.
“Ainda que o valor médio devido pelos belo-horizontinos seja significativo, identificamos uma estabilização, tanto desse valor quanto do número de dívidas. A dinâmica mais favorável da economia ajudou a estabilizar os índices e melhorar a renda disponível na economia. Esses fatores foram importantes para explicar a moderação da inadimplência no período e manutenção do valor médio de endividamento dos belo-horizontinos”, finaliza Marcelo de Souza e Silva.