A terceira visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Minas Gerais durante o atual mandato acontece nesta sexta-feira (26/4) em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O chefe do Executivo vem ao estado para inaugurar a planta industrial da empresa de biomedicamentos Biomm, responsável pela retomada da produção de insulina glargina no Brasil. O investimento do governo federal na fábrica foi anunciado durante a primeira passagem de Lula por Minas, em evento de anúncio de ações do governo federal para o estado, ocorrido no Centro de BH.
Na ocasião, no dia 8 de fevereiro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, incluiu em sua apresentação o aporte de cerca de R$ 1 bilhão para a retomada da produção integral da insulina no país. Nísia é uma das presenças confirmadas no evento de sexta-feira. Além dela e de Lula, estarão presentes a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Sales; e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG).
Pioneira no setor de biomedicamentos no Brasil, a Biomm prevê produzir 20 milhões de refis de insulina anualmente na nova fábrica. A empresa espera iniciar em breve as canetas com a medicação. A produção de Nova Lima representa 80% da demanda interna. A planta industrial de Nova Lima tem 12 mil metros quadrados de área construída e deve criar 300 empregos diretos e 1,2 mil indiretos.
A insulina é o medicamento essencial para o controle da diabetes, que atinge dezenas de milhões de brasileiros. De acordo com dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), publicada em novembro do ano passado, 10,2% da população do país vive com a doença. No início deste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um conjunto de alterações que permitem a produção da insulina glargina. As novas definições permitem que a Biomm realize etapas de formulação e envase final do produto em território nacional.
A insulina glargina consumida atualmente no Brasil é importada exclusivamente da China. A nova determinação da Anvisa permite a retomada do atendimento da demanda interna realizado por empresas brasileiras.
A fábrica
A Biomm foi fundada em 2001 após a compra da Biobras pela empresa dinamarquesa Novo Nordisk. A fusão rendeu a tecnologia da empresa brasileira nos 26 anos anteriores e a experiência dos escandinavos na produção de farmacêuticos em escala industrial. Em 1979, a Biobrás, a partir de uma joint venture com a americana Eli Lilly & Co, iniciou a produção de insulina, realizada em fábrica sediada em Montes Claros, no Norte de Minas.
O empresário Lucas Kalas e o banqueiro Daniel Vorcaro (foto acima) tornaram-se acionistas da empresa. Desde então, as ações da farmacêutica mineira valorizaram 67%, com o anúncio na semana passada de que a Biomm vai trazer para o Brasil um similar do Ozempic, medicamento aprovado para o tratamento do diabetes 2.
Os investimentos na fábrica de Nova Lima começaram em 2016. Em 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro produto da empresa, um análogo de insulina de longa duração.