FOLHAPRESS - A agência de classificação de risco Moody's Ratings elevou a perspectiva do Brasil de "estável" para "positiva" nesta quarta-feira (1º/5), mas manteve as notas de crédito dos títulos de dívida do governo do Brasil, que estão em "Ba2" desde 2016.
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Em relatório, a agência diz avaliar que as possibilidades para o crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil são mais robustas do que antes da pandemia de Covid-19, citando as reformas estruturais que foram colocadas em prática de lá para cá, o que reduz as incertezas em relação à direção futura das políticas públicas do país.
"A mudança de perspectiva para positiva tem como base a avaliação da Moody's de que um crescimento mais forte combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir que o peso da dívida do Brasil se estabilize", diz o relatório.
A agência, porém, ainda enxerga a permanência de riscos fiscais, que colocam em dúvida a organização das contas públicas pelo governo. Segundo a Moody's, esse fator levou sua equipe a manter a nota de classificação de risco para o crédito soberano do país.
"A afirmação do rating Ba2 está baseada na força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil, dado o nível elevado de endividamento do país e sua fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros", justifica.
A agência ponderou, por outro lado, que a resiliência do Brasil ao contrair dívida em moeda local e o mercado financeiro robusto brasileiro mitigam os riscos do país. A Moody's cita ainda como pontos positivos a economia grande e diversificada do Brasil, as instituições e a governança "moderadamente fortes", além da posição externa sólida do país.