A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, na última terça-feira (21/5), o reajuste de 6,7% nas contas de energia para residências atendidas pela Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig). A decisão começa a valer na próxima terça-feira (28/5), com duração de um ano.
No entanto, o aumento na conta de luz não terá o mesmo impacto em toda a população. Isso porque a energia elétrica tem um peso relevante no índice de inflação, de modo que, com o reajuste, provocará um impacto de 0,20 pontos percentuais sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), além de 0,30 pontos percentuais sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCR) – que é o índice de inflação das famílias que recebem até 5 salários mínimos.
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De acordo com o economista da IPEAD Diogo Santos, esse aumento nos índices terá impacto diferenciado para famílias com diferentes tipos de renda. “Estas famílias [que recebem até 5 salários mínimos] gastam uma parcela maior de sua renda com itens essenciais, portanto, sentem proporcionalmente mais o reajuste da conta de luz”, afirma.
Impactos
O aumento do custo da energia não irá impactar somente os custos residenciais, como também provocará mudanças em outras contas. “Ao longo do tempo, as empresas vão tomar a decisão de como é melhor absorver o aumento de custo por conta da elevação da tarifa de energia elétrica”, conta o economista.
Essas mudanças podem refletir no bolso do consumidor de maneira indireta, a partir do aumento do preço de mercadorias e serviços, caso a empresa tenha interesse em preservar as margens de lucro.
O economista ainda reitera que o reajuste da tarifa de energia é previsto contratualmente e leva em conta a evolução dos custos e da eficiência do sistema: “O reajuste significa um reforço de caixa da empresa e, como a CEMIG é uma empresa de grande porte, isso pode ajudar a empresa a elevar seus gastos com investimento, gerando um efeito positivo de crescimento econômico”.
Esse aumento de caixa, porém, pode ter outros fins para a empresa de energia: “Isso depende da política da direção, pois o aumento de receita pode ter outras destinações, como pagamento de dividendos aos acionistas”, conclui Santos.