Dos produtos mais procurados pelos tutores, 57,2% são os do setor alimentício e 33,7% são do setor medicinal -  (crédito: Krista Mangulsone/Unsplash)

Dos produtos mais procurados pelos tutores, 57,2% são os do setor alimentício e 33,7% são do setor medicinal

crédito: Krista Mangulsone/Unsplash

Quem tem pets em casa, sabe que o cuidado com eles demanda tempo, escolha minuciosa de estabelecimentos de confiança e, principalmente, investimento do bolso. O mercado de pet shop, destinado a itens de higiene, beleza, lazer e saúde de animais domésticos, vem crescendo nos últimos anos e representa 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Do total das empresas ativas, cerca de 13,2% são de Minas Gerais.

 

 

De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Pet Brasil (IPB), o setor arrecadou R$ 68 bilhões em 2023 com produtos e serviços no país. Deste total, cerca de 57,2% do valor arrecadado foi com produtos do setor alimentício, enquanto 33,7% são do setor medicinal, 31,8% de acessórios, 28,9% de higiene e 6,4% de vestimentas, com custos médios de R$ 25 a R$ 100. Já em relação aos serviços, banho e tosa, transporte e hospedagem lideram o ranking de contratação.


 

 

 
Para Licia Oliveira, que trabalha no mercado de pet shop há mais de 20 anos, o que mais faz sucesso com a clientela são os serviços de banho e tosa, além de consultas veterinárias. “A nossa equipe observa a pele, os pelos e os dentes dos animais durante o banho e a tosa, buscando sinais de problemas. É nesse momento que podemos identificar possíveis doenças de pele, parasitas ou até mesmo problemas dentários”, conta.

 

 

A partir daí, a equipe segue com orientações aos responsáveis. “A equipe orienta os tutores sobre a importância da vacinação, da vermifugação e de outros cuidados preventivos. Nosso objetivo é promover o bem-estar completo do animal, desde a aparência até a saúde”, adiciona.

 

 

 

Licia Oliveira, dona do pet shop Mundo dos Bichos, atua no mercado pet há mais de 20 anos.

Licia Oliveira, dona do pet shop Mundo dos Bichos, atua no mercado pet há mais de 20 anos.

Marcos Vieira /EM/DA. Press.

 

 

Segundo pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos e Inteligência da Fecomércio MG, cerca de 35% dos pet shops adotam o modelo de venda online, enquanto 57,8% não estão nesse mercado. É o caso do comércio de Lícia. A empreendedora conta que uma página de vendas online requer investimento de tempo e dinheiro: “No momento, esse não é o nosso foco”. A empresa, no entanto, adota modelo de atendimento virtual para melhor comodidade dos clientes para agendamento de tratamentos e consultas veterinárias, além da reserva de produtos.

 

 

Mercado e famílias crescendo

 

 

O número de empresas formais do ramo no estado também se destaca. Em 2023, o número de estabelecimentos que oferecem alojamento de animais domésticos, higiene e embelezamento de animais, comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação era de 175.634 no Brasil. Deste total, 99.167 estão no Sudeste, enquanto 23.250 são estabelecimentos mineiros, que representam 13,2% das empresas no país.

 

 

 

 

Para a economista do Fecomércio Gabriela Martins, o crescimento do mercado pet está atrelado ao aumento da população de animais de estimação e à mudança de mentalidade. “Hoje, são considerados membros da família”, justifica.

 

 

A economista reitera que o crescimento desse setor implica em impactos positivos diretos para toda a economia, uma vez que há o aumento dos postos de trabalho e renda disponíveis. “O mercado pet gera impactos diretos para os setores de transporte e logística, visto o aumento da demanda para atender este mercado. A indústria farmacêutica também se beneficia diretamente deste mercado, além da economia criativa, na qual se encontra a produção de artesanatos, por exemplo”, conta Gabriela Martins.

 

 

 

 

Para ela, a expectativa de crescimento do mercado é alta, principalmente relacionado aos cães, que representam a maior procura no comércio de pet shop. Em Minas Gerais, o comércio varejista e de serviços apresentou aumento nos últimos anos. Em 2020, o setor contava com 9.037 empregos formais, enquanto 2024 tem 11.738. Esse valor, que anteriormente representava 0,33% do setor terciário, agora configura 0,37%.

 

 

“A maior demanda por produtos é atrelada aos alimentos e produtos medicinais, indicando áreas do comércio que possuem maior expectativa de crescimento. A busca por banho e tosa e transporte também se destacam entre os serviços, gerando uma expectativa positiva para o avanço destas áreas no mercado pet”, conclui.