Quem tem pets em casa, sabe que o cuidado com eles demanda tempo, escolha minuciosa de estabelecimentos de confiança e, principalmente, investimento do bolso. O mercado de pet shop, destinado a itens de higiene, beleza, lazer e saúde de animais domésticos, vem crescendo nos últimos anos e representa 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Do total das empresas ativas, cerca de 13,2% são de Minas Gerais.
De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Pet Brasil (IPB), o setor arrecadou R$ 68 bilhões em 2023 com produtos e serviços no país. Deste total, cerca de 57,2% do valor arrecadado foi com produtos do setor alimentício, enquanto 33,7% são do setor medicinal, 31,8% de acessórios, 28,9% de higiene e 6,4% de vestimentas, com custos médios de R$ 25 a R$ 100. Já em relação aos serviços, banho e tosa, transporte e hospedagem lideram o ranking de contratação.
Para Licia Oliveira, que trabalha no mercado de pet shop há mais de 20 anos, o que mais faz sucesso com a clientela são os serviços de banho e tosa, além de consultas veterinárias. “A nossa equipe observa a pele, os pelos e os dentes dos animais durante o banho e a tosa, buscando sinais de problemas. É nesse momento que podemos identificar possíveis doenças de pele, parasitas ou até mesmo problemas dentários”, conta.
A partir daí, a equipe segue com orientações aos responsáveis. “A equipe orienta os tutores sobre a importância da vacinação, da vermifugação e de outros cuidados preventivos. Nosso objetivo é promover o bem-estar completo do animal, desde a aparência até a saúde”, adiciona.
Segundo pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos e Inteligência da Fecomércio MG, cerca de 35% dos pet shops adotam o modelo de venda online, enquanto 57,8% não estão nesse mercado. É o caso do comércio de Lícia. A empreendedora conta que uma página de vendas online requer investimento de tempo e dinheiro: “No momento, esse não é o nosso foco”. A empresa, no entanto, adota modelo de atendimento virtual para melhor comodidade dos clientes para agendamento de tratamentos e consultas veterinárias, além da reserva de produtos.
Mercado e famílias crescendo
O número de empresas formais do ramo no estado também se destaca. Em 2023, o número de estabelecimentos que oferecem alojamento de animais domésticos, higiene e embelezamento de animais, comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação era de 175.634 no Brasil. Deste total, 99.167 estão no Sudeste, enquanto 23.250 são estabelecimentos mineiros, que representam 13,2% das empresas no país.
Para a economista do Fecomércio Gabriela Martins, o crescimento do mercado pet está atrelado ao aumento da população de animais de estimação e à mudança de mentalidade. “Hoje, são considerados membros da família”, justifica.
A economista reitera que o crescimento desse setor implica em impactos positivos diretos para toda a economia, uma vez que há o aumento dos postos de trabalho e renda disponíveis. “O mercado pet gera impactos diretos para os setores de transporte e logística, visto o aumento da demanda para atender este mercado. A indústria farmacêutica também se beneficia diretamente deste mercado, além da economia criativa, na qual se encontra a produção de artesanatos, por exemplo”, conta Gabriela Martins.
Para ela, a expectativa de crescimento do mercado é alta, principalmente relacionado aos cães, que representam a maior procura no comércio de pet shop. Em Minas Gerais, o comércio varejista e de serviços apresentou aumento nos últimos anos. Em 2020, o setor contava com 9.037 empregos formais, enquanto 2024 tem 11.738. Esse valor, que anteriormente representava 0,33% do setor terciário, agora configura 0,37%.
“A maior demanda por produtos é atrelada aos alimentos e produtos medicinais, indicando áreas do comércio que possuem maior expectativa de crescimento. A busca por banho e tosa e transporte também se destacam entre os serviços, gerando uma expectativa positiva para o avanço destas áreas no mercado pet”, conclui.