RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Em sua primeira entrevista após assumir a presidência da Petrobras, Magda Chambriard, indicou nesta segunda-feira (27/5) um reforço na estratégia de buscar novas reservas de petróleo, questionada por organizações ambientalistas em meio à crise climática.
"Temos que tomar muito cuidado com a reposição das reservas, a menos que a gente queira aceitar o fato de que podemos voltar a ser importadores, o que para mim está fora de cogitação", afirmou. "O esforço exploratório dessa empresa tem que ser mantido, tem que ser acelerado".
Magda tomou posse na última sexta (24/5). Em sua fala inicial, citou a necessidade de encarar a transição energética, mas focou em destacar o papel das novas fronteiras, como a bacia Foz do Amazonas, no futuro próximo da companhia.
"Temos novas fronteiras importantes a perseguir, dentre elas a questão do Amapá, na bacia Foz do Amazonas, temos a bacia de Pelotas".
Magda foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituir Jean Paul Prates, demitido na semana passada após longo processo de fritura, que ganhou força após sua abstenção em votação sobre dividendos extraordinários sobre o lucro de 2023.
Prates não acompanhou a proposta do governo para reter os dividendos, alegando que precisava defender a proposta feita por sua diretoria para a distribuição de 50% do valor. Foi criticado publicamente pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobreviveu por algumas semanas, mas acabou demitido.
Magda havia sido cotada para presidir a estatal ainda durante a transição, mas acabou perdendo a vaga. Agora, chega à Petrobras com a missão de dar celeridade às entregas do bilionário plano de investimentos da estatal e mostrar resultados antes da eleição presidencial de 2026.
A lista de projetos prioritários para o governo inclui recompra de refinarias, encomendas a estaleiros nacionais, e apoio à criação de polo gás-químico em Minas Gerais, base eleitoral do ministro Silveira.
A nova presidente da estatal é ex-funcionária da Petrobras e comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no governo Dilma Rousseff (PT). É formada em engenharia, com especialização e reservatórios e produção de petróleo.