Em suas redes sociais, presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou a liberdade do fundador da WikiLeaks, Julian Assange -  (crédito: Ricardo Stuckert/PT)

Em suas redes sociais, presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou a liberdade do fundador da WikiLeaks, Julian Assange

crédito: Ricardo Stuckert/PT

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (18/6) que o governo vai rever os benefícios fiscais concedidos a setores da economia. Segundo o petista, a equipe econômica apresentará uma proposta em 22 dias para diminuir a renúncia fiscal no país, que soma R$ 518,9 bilhões, de acordo com levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU).

 

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Lula citou como exemplos o agronegócio e o setor de combustíveis. Para o presidente, “os ricos se apoderaram de uma parte do orçamento”, e reclamam dos investimentos destinados à população mais pobre. A declaração ocorreu um dia depois do chefe do Executivo participar de encontro da Junta de Execução Orçamentária (JEO), onde o tema foi discutido.

 

“Você pega a Confederação da Agricultura, que tem uma isenção de quase R$ 60 bilhões. O setor de combustíveis, que tem isenção de R$ 32 bilhões. Você vai tentar jogar isso em cima de quem? Do aposentado? Do pescador? Da dona de casa, da empregada doméstica?”, indagou Lula em entrevista à CBN.

 

“Se tiver alguma coisa errada, o que estiver errado vai ser consertado. Se tiver alguém recebendo o que não deve receber, esse alguém vai parar de receber. Mas eu quero ver, porque eu acho que o problema do Brasil não é esse. O problema do Brasil é que a parte mais rica tomou conta do orçamento”, acrescentou o presidente.

 

 

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Nessa segunda (17/6), o presidente se reuniu com ministros da área econômica. Ele deu sinal verde para o corte de gastos, o que está sendo cobrado pelo mercado, mas deve priorizar a redução dos gastos tributários — dinheiro que o governo deixa de arrecadar ao conceder isenções fiscais.

 

Estavam presentes os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos). Os quatro compõem a JEO. Em coletiva de imprensa, Tebet e Haddad relataram o pedido de Lula para reduzir os benefícios fiscais.

 

Na entrevista, hoje, o chefe do Executivo também rebateu as críticas recentes sobre a compensação da desoneração da folha e sobre as contas públicas do governo. “As mesmas pessoas que falam que é preciso parar de gastar são as pessoas que têm R$ 546 bilhões de isenção, de desoneração da folha de pagamento, isenção fiscal. Ou seja, são os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do país, e eles se queixam daquilo que você está gastando com o povo pobre”, reforçou.