Dólar sobe para R$ 5,44 à espera de reunião do Copom -  (crédito: EBC)

O dólar fechou em queda de 0,36%, a R$ 5,4406 nesta sexta-feira (21/6), após ter fechado em seu maior valor nominal desde julho de 2022

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar fechou em queda de 0,36%, a R$ 5,4406 nesta sexta-feira (21/6), após ter fechado em seu maior valor nominal desde julho de 2022 (R$ 5,46) na sessão anterior. A divisa americana teve sua quinta semana consecutiva de alta ante o real, com ganho de 1,10% nos últimos cinco pregões.

 

Já o Ibovespa teve em alta de 0,74%, a 121.341 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 1,4%, a primeira após quatro semanas de prejuízos.

 

Nos EUA, o viés foi misto. O S&P 500 recuou 0,16% e o Nasdaq, 0,18%. O Dow Jones, por sua vez, teve ganhos de 0,04%.

 

 

Nesta sexta, o mercado repercute novos números sobre o setor de serviços dos Estados Unidos, em busca de mais informações sobre a economia americana para alinhar apostas de quando os juros começarão a cair no país.

 

Pela manhã, a S&P Global divulgou o seu PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) Composto americano, que acompanha os setores de manufatura e serviços.

 

O indicador apontou que a atividade dos EUA subiu de 54,5 pontos em maio para 54,6 pontos em junho, atingindo o nível mais alto desde abril de 2022, em meio a uma recuperação no nível de emprego -resultado acima de 50 indica expansão no setor privado.

 

O PMI preliminar de manufatura subiu de 51,3 em maio para 51,7 neste mês. Economistas consultados pela Reuters previram que o índice do setor, que responde por 10,4% da economia, cairia para 51. Já o PMI preliminar de serviços aumentou para 55,1, um recorde de 26 meses, de 54,8 em maio e expectativa de 53,7.

 

 

No entanto, as pressões dos preços diminuíram consideravelmente, oferecendo esperança aos investidores de que a recente desaceleração da inflação possa ser sustentada. As vendas no varejo quase não aumentaram em maio, depois de terem caído em abril, enquanto a construção de moradias ampliou o declínio, atingindo o nível mais baixo em quase quatro anos em maio.

 

Segundo analistas, os números refletem a alta taxa de juros americana, há um ano entre 5,25% e 5,50%, a maior desde 2001. A desaceleração na atividade fortalece a tese de que o Fed (banco central dos EUA) irá cortar juros em setembro.

 

Outro dado americano divulgado nesta sexta foi o preço médio de casas já construídas. Em maio, o indicador teve uma alta anual de 5,8% e foi a US$ 419,3 mil e bateu o recorde nominal da serie iniciada em 1999, apontou a Associação Nacional de Corretores de Imóveis. Enquanto os valores subiram, as vendas caíram pelo terceiro mês seguido, a uma taxa anual de 2,8%.

 

"Esse quadro da atividade econômica nos EUA não está totalmente claro. Os últimos dados de varejo de produção industrial não foram bons. Por outro lado, os PMIs continuam fortes", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

 

 

Além dos dados americanos, o mercado financeiro também reflete o vencimento de opções sobre ações, índices futuros e opções sobre os índices de ações dos EUA, o que adiciona volatilidade ao pregão.

 

O destaque do pregão brasileiro foi a Sabesp, com alta de 3,87% das suas ações, a R$ 74,85 cada uma.

 

O movimento vem depois que o governo de São Paulo aprovou na véspera novos detalhes envolvendo a oferta de ações que privatizará a companhia de saneamento básico do Estado, incluindo o preço mínimo e a cobertura mínima para a oferta, valores que só serão divulgados após liquidação da operação.

 

A empresa de saneamento Aegea e a Equatorial Energia estão entre os investidores interessados na operação, que terá uma primeira etapa para potenciais acionistas de referência apresentarem suas propostas. A expectativa é de que o anúncio ocorra ainda nesta sexta.

 

O mercado brasileiro também se recupera dos últimos pregões, marcados pela tensão em torno da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de junho, encerrada na última quarta.

 

Na quinta (20), depois de começar o dia em queda firme, o dólar virou e fechou em alta de 0,35%, cotado a R$ 5,46, atingindo seu o maior valor nominal no atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Mais cedo, a moeda americana havia chegado a R$ 5,385 na mínima do dia, em meio ao otimismo com a decisão unânime do Copom de manter a Selic (taxa básica de juros) em 10,5% ao ano. Mas críticas do presidente da República ao colegiado do BC e uma piora no ambiente externo fizeram a divisa subir.

 

"A decisão do Banco Central foi investir no sistema financeiro, nos especuladores que ganham dinheiro com os juros. E nós queremos investir na produção", disse Lula, em entrevista à rádio Verdinha, de Fortaleza (CE).

 

Na Bolsa, houve um movimento parecido: o Ibovespa começou o dia em forte alta e ultrapassou os 121.500 pontos na máxima, mas desacelerou e voltou ao patamar dos 120 mil. No fim, fechou em alta de 0,15%, aos 120.445 pontos.

 

Fora a crítica do presidente, investidores também repercutiram as falas duras de Neel Kashkari, um dos dirigentes do Fed, contra a inflação, elevando os juros dos títulos americanos.

 

Nesta sexta, Lula voltou a criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto e disse que o "nervosismo especulativo" em relação ao dólar não vai afetar a economia brasileira.