Defesa de Anna Saicali disse que ex-diretora não fugiu, mas foi para a Europa comemorar o aniversário do filho -  (crédito: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados)

Defesa de Anna Saicali disse que ex-diretora não fugiu, mas foi para a Europa comemorar o aniversário do filho

crédito: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

A ex-diretora das Americanas, Anna Saicali, foragida em Portugal, vai se entregar à Polícia Federal (PF) neste domingo (30/6). A executiva foi incluída na lista de fugitivos internacionais da Interpol, mas pediu à Justiça que reconsiderasse a prisão preventiva, apresentando a passagem de volta para o Brasil. A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.


Nessa sexta-feira (28/6), o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, havia se reunido com autoridades portuguesas para articular uma operação para prender Anna Saicali. No dia anterior, quinta-feira (27/6), a corporação deflagrou a Operação Disclosure contra as fraudes contábeis nas Lojas Americanas, que chegaram a R$ 25,7 bilhões.

 

Segundo o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPFRJ), Anna Saicali participou das fraudes criando documentos para apresentar a auditoria, de forma a dar suporte ao “saldo fictício” da empresa.


O juiz da 10ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcio Muniz da Silva Carvalho, determinou que a ex-diretora se apresente às autoridades portuguesas no aeroporto de Lisboa na noite deste sábado (29/6) e que entregue o passaporte à Polícia Federal assim que pisar em solo brasileiro. Ela ficará proibida de deixar o país enquanto as investigações sobre as Americanas estiverem em curso.


 

Segundo a defesa de Saicali, ela não viajou para Portugal com a intenção de escapar da prisão. As passagens teriam sido compradas com antecedência, com previsão de ida no dia 15 de junho, mas ela embarcou apenas no dia 16 porque teria perdido a passagem original. Eles alegam que a viagem para a Europa ocorreu para a comemoração do aniversário do filho da ex-diretora.


 Ex-CEO foi preso na Espanha


Também nessa sexta, o ex-CEO das Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso em Madrid, capital da Espanha. Ele vivia na europa desde que o escândalo da empresa foi divulgado, ainda em janeiro de 2023.


Segundo Andrei Rodrigues, Gutierrez pode ser extraditado ao Brasil ou cumprir pena na Espanha, uma vez que tem cidadania espanhola e o país não costuma extraditar seus cidadãos.


"Agora, o poder judiciário brasileiro deve encaminhar a solicitação formal de extradição à Espanha, que fará a análise jurídica da verificação de sua nacionalidade e da gravidade do delito. Tem algumas situações a serem avaliadas com a soberania do estado espanhol. A partir dessas análises que nós vamos poder entender os caminhos, se é da possibilidade da extradição ou, até mesmo, do cumprimento da pena na Espanha”, disse Andrei Rodrigues à GloboNews.