BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (1º/7) que o contingenciamento de despesas no Orçamento de 2024 será do "tamanho necessário" para cumprir as regras do arcabouço fiscal.

A declaração foi dada a jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda, em Brasília, após mais um dia de alta no dólar. A moeda americana fechou em R$ 5,652, o maior valor nominal desde janeiro de 2022, impulsionada por fatores externos e também pela incerteza dos agentes com a trajetória fiscal do Brasil.

"Nós temos um arcabouço fiscal que tem que ser cumprido. Então, ele [o contingenciamento] vai ser do tamanho necessário para que nossas metas sejam atingidas. Tanto do ponto de vista da despesa, que tem um teto, quanto do ponto de vista da receita, para que nós nos aproximemos dentro da banda da meta de 2024. É o nosso esforço", disse Haddad.



Como mostrou a Folha de S.Paulo, cálculos de analistas do mercado financeiro apontam a necessidade de um contingenciamento de R$ 15 bilhões a R$ 46 bilhões para atingir a meta proposta pelo ministro da Fazenda

O ministro afirmou também que terá uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira (3) para "tratar da questão econômica". Ele citou a reunião quando questionado sobre a previsão de algum anúncio formal sobre medidas de revisão de gastos.

Haddad disse ainda que o patamar atual do dólar está em patamar muito alto. "Apesar da desvalorização ter acontecido no mundo todo de uma maneira geral, aqui ela foi maior do que nos nossos pares. Colômbia, Chile, México também tiveram", afirmou.

O ministro atribuiu a depreciação do câmbio a "muitos ruídos" e disse que o governo precisa "comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo".

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