INDÚSTRIA

Alta na indústria se deve à melhoria na renda da população, diz economista

Aumento de 4,1% também se relaciona com a potência da indústria mineira e com a queda na produção depois da tragédia no Rio Grande do Sul

Publicidade
Carregando...

Em junho, a produção industrial brasileira apresentou alta de 4,1%, depois de o setor ter acumulado meses negativos, totalizando uma perda de 1,8%, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada nesta sexta-feira (2/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As razões dessa alta podem estar relacionadas a uma mudança de perfil do consumidor, à tragédia das chuvas do Rio Grande do Sul e ao bom momento vivido pela indústria mineira.

Para o economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Walter Horta, a alta à produção é reflexo de um acúmulo de fatores, incluindo uma maior demanda, devido à maior possibilidade de manipulação da renda pela população, com a queda do desemprego, o que estimula a demanda industrial. "Podemos destacar uma demanda aquecida, sobretudo em função do mercado de trabalho aquecido, do aumento da renda da população, [além da] queda da taxa de juros também que foi feita do ano passado até esse ano", afirma o economista.

Com a junção desses fatores na população, o especialista indica que a população geral teve maior poder de compra, de maneira a comprar mais e provocar a necessidade de maior produção de produtos industriais, principalmente com a volta de financiamentos. "Por exemplo, itens muito ligados ao crédito, como veículos, linha branca também, eletrodomésticos, têm tido um resultado positivo também".

"Com isso, temos o mercado de trabalho resiliente, um aumento da população ocupada no país, com um aumento sobretudo dos empregos formais, além das referências de rendas governamentais, como o Auxílio Brasil. Tudo isso faz com que a renda geral da população, seja aquela empregada, seja aquela que recebe os auxílios governamentais, aumente. Consequentemente, o consumo aumenta também, o que reflete no aumento de demanda da indústria", justifica o especialista.

Além disso, ele aponta a queda recente da produção industrial em razão das chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio e impossibilitaram a indústria da região, fazendo com que o país acumulasse uma baixa base de comparação para o mês de junho, com 1,8% de queda. "Muitas plantas produtivas tiveram direto ou indiretamente os impactos sentidos pela parada de produção em abril e maio do Rio Grande do Sul", esclarece Horta.

O economista também esclarece que o aumento da produção nacional reflete em grande porcentagem a produção de Minas Gerais, uma vez que o estado é considerado o segundo maior polo industrial do país. "Participamos de 11% do parque industrial brasileiro, então essa alta reflete um bom momento da indústria mineira, sobretudo da indústria extrativa e de transformação", explica.

A indústria extrativa se relaciona com a extração de produtos natural, com origem animal, vegetal ou mineral, enquanto a de transformação é mais abrangente. De acordo com Walter Horta, a indústria de transformação do Estado é relevante em parâmetros nacionais nos setores de alimentos, combustíveis, metalúrgico, materiais elétricos, minerais não metálicos. Para ele, esses setores "são justamente os que têm puxado o resultado nacional". 

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

Tópicos relacionados:

fiemg ibge industria minas-gerais

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay