Com o Dia dos Pais se aproximando no próximo domingo (11/8), quem não se planejou com compras adiantadas precisa correr contra o tempo para encontrar o presente ideal. Porém, a corrida contra o tempo se faz uma tarefa diferente para os consumidores mais jovens. Isso porque a geração Z, os nascidos entre 1997 e 2010, prefere lembrancinhas e mimos feitos à mão a investir em itens caros como presentes para os pais.
Segundo estudo realizado pela Macfor, agência de marketing digital vinculada à Universidade Macfor que monitorou a busca por presentes entre os anos de 2020 e 2024, os jovens preferem presentear os pais com itens mais sentimentais, enfatizando o significado da data comemorativa.
A escolha por presentes com maior valor sentimental não tem relação apenas com maior afetividade da geração em relação aos genitores, como também tem relação com a realidade financeira. De acordo com Fabrício Macias, co-CEO da Macfor, a situação financeira impacta consumidores de todas as gerações, mas tem uma força maior nas escolhas dos mais jovens.
“Entre os mais jovens, essa tendência é ainda mais forte, porque grande parte ainda não é financeiramente consolidada”, explica Macias. Além desse fator, o consultor de marketing diz que o grupo apresenta uma preferência pela confecção de itens, segundo as ideias do “do it yourself” (faça você mesmo) e “itens handmade” (caseiros), nos quais as pessoas criam e personalizam presentes, além de preparar as próprias receitas, valorizando o apego sentimental aos itens presenteáveis.
Assim, foi observada uma tendência pela busca de itens personalizados e presentes criativos, como canecas com estampas da escolha e criação do comprador e cestas temáticas. Além de caber melhor no bolso dos mais jovens e demonstrarem grande valor sentimental, os itens se alinham também às preferências de consumo do próprio público jovem.
Ainda segundo a pesquisa, o comportamento desses consumidores também é observado na data comemorativa do Dia dos Namorados, datado em 12 de junho, mas é o contrário do Dia das Mães, em que esse comportamento não foi tão observado pelos estudos da empresa.
Relação de confiança e status
Uma das influências para esse comportamento de consumo da geração Z, compreendida como nativa digital, é a utilização das plataformas sociais — principalmente TikTok e Instagram. Para Fabrício, o grupo utiliza as redes não apenas para decisão de compra, mas também para fazer a busca de experiências de outras pessoas no que se diz à procura de inspirações e dicas práticas.
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Além disso, o grupo se atenta às avaliações de experiência tanto de usuários comuns quanto de influenciadores digitais. Segundo o consultor, essa relação é marcada por "confiança e status", uma vez que o usuário faz a escolha de quem são os criadores de conteúdo ideais para seguir e se inspirar nas escolhas de presentes.
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Nesse sentido, os influenciadores podem instigar até uma mudança de comportamento, contribuindo para a popularidade de produtos mais caros. Como explica Fabrício, essa mudança se faz quando há uma busca por autenticidade pelos mais jovens, que se identificam com certas comunidades on-line, mas não se faz como regra do consumo desse grupo.
Para além de lembrancinhas e itens customizados, itens de perfumaria e tênis também compõem uma parcela considerável da escolha de presentes, apesar de menor. Assim, a pesquisa também observou que marcas como O Boticário, Natura, Nike, Adidas e Hering apostam em estratégias emocionais para anunciar seus produtos. Além disso, algumas corporações estão explorando o timing dos Jogos Olímpicos para engajar o público masculino e instigar a compra dos filhos de presente com essa temática para o Dia dos Pais.