Belo Horizonte e Minas Gerais caíram, respectivamente, uma posição no Ranking de Competitividade dos Municípios e Estados 2024. O estado mineiro caiu da 6ª para a 7ª posição no ranking estadual, segundo levantamento do Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Tendências Consultoria. Já Belo Horizonte caiu da 12ª para a 13ª posição no ranking municipal, conforme o estudo realizado pelo CLP em conjunto com a Gove e a Seall, que avaliou 404 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes.
O desempenho de Belo Horizonte, que lidera o estado, é sustentado por bons resultados nos pilares de 'Inovação e Dinamismo Econômico' (13º lugar), 'Capital Humano' (19º), 'Inserção Econômica' (30º) e 'Acesso à Saúde' (39º). “Belo Horizonte ter caído, ainda que tenha caído, ainda figura numa boa colocação geral, numa análise que a gente tem aí de dimensão e do número de municípios que a gente tem. E não é só um fator que faz o município ou o estado cair no ranking. Como a gente tem várias áreas temáticas, dentro do ranking de competitividades (...) são sempre vários fatores conjuntos que vão fazer essa oscilação”, explicou Carla Marinho, responsável pelas Relações Governamentais e Competitividade do CLP em entrevista à reportagem.
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A especialista destaca que o ranking de competitividade abrange não apenas aspectos econômicos, mas também dimensões essenciais como saúde, educação e instituições. Ela enfatiza que, para uma cidade ter um bom desenvolvimento, é crucial que o crescimento econômico seja acompanhado pela melhoria dos serviços públicos e pela redistribuição dos benefícios para toda a população.
“Muitas pessoas concentram o olhar muito para a economia, mas quando a gente está falando de competitividade de municípios a gente também tem que olhar para questões relacionadas à saúde, educação e a capital humano dessa sociedade e outros fatores ali mais diretamente ligado à vida das pessoas”, aponta.
Minas no ranking
Apesar de ter caído uma colocação, Minas ainda é destaque no ranking de competitividade. “Minas Gerais está no top 10 no Brasil, em 8 dos 10 pilares. Isso é bem importante. O estado está na terceira colocação no pilar de ‘Educação’ do ranking dos estados. Também está na quinta colocação em ‘Segurança Pública’, pilar esse que teve um crescimento no último, em relação à última edição, de três colocações”, detalha a especialista do CLP.
O desempenho de Minas Gerais também é apoiado nos pilares de ‘Capital Humano’ (+1), ‘Inovação’ (+1), ‘Sustentabilidade Ambiental’ (+2), ‘Infraestrutura’ (+3) e ‘Eficiência da Máquina Pública’ (+3).
Outras cidades mineiras
Outras cidades mineiras também apresentaram desempenho de destaque. Nova Lima, da Região Metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo, subiu 28 posições, ocupando agora a 20ª colocação no ranking nacional, enquanto Uberlândia, da Região do Triângulo Mineiro, terceira cidade mineira mais bem colocada, subiu quatro posições, alcançando a 24ª colocação geral.
Em contrapartida, Pouso Alegre, do Sul de Minas, chegou a figurar entre as melhores, mas teve uma queda de 10 posições, ficando em 43º lugar no ranking geral. No geral, o desempenho dos municípios mineiros foi positivo, com 11 cidades entre as 100 mais competitivas do país.
Cabe destacar também o desempenho de São João del Rei, da Região Central, município mineiro que mais se destacou no ranking, com um salto da 151ª para a 71ª posição geral. Paracatu, no Noroeste do estado, também registrou um desempenho notável, subindo 72 posições e alcançando a 142ª colocação.
"Na cidade de São João Del Rey a gente teve uma subida na 'Saúde', 'Acesso à Educação', 'Segurança', 'Saneamento', 'Inovação e Dinamismo Econômico' e em 'Telecomunicações'", aponta Carla Marinho sobre a subida da cidade. “A cidade também tem uma colocação muito boa no nosso pilar de capital humano, na quinta colocação a nível nacional, isso é realmente muito impressionante. São os indicadores que estão relacionados à profissionalização de ensino superior, ensino técnico e profissionalizante e qualificação dos trabalhadores em emprego formal", completa.
Além disso, Pará de Minas conquistou a liderança nacional no pilar de Saneamento. Segundo o CLP, a cidade apresenta 100% de cobertura de abastecimento de água e tem melhorado em vários indicadores: perdeu menos água na distribuição; reduziu as perdas no faturamento e ocupa a 37ª posição nacional na cobertura de coleta de esgoto. O município também se destaca como líder no tratamento de esgoto e na cobertura de coleta de resíduos domésticos e destinação do lixo.
Ainda segundo o levantamento, o município do estado com a pior colocação geral é Esmeraldas, também da Região Central de Minas, que ocupa a 366ª colocação. A cidade mineira que mais perdeu colocações no levantamento foi Varginha, do Sul de Minas, que caiu 169 posições e ocupa a 222ª colocação geral.
Critérios de avaliação
Nesta edição do Ranking de Competitividade dos Estados, a avaliação das 27 unidades federativas foi feita a partir de 99 indicadores, distribuídos em dez pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos estados brasileiros: Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação.
Já no levantamento dos municípios, todos eles foram avaliados a partir de 65 indicadores, organizados em 13 pilares temáticos e 3 dimensões: Instituições, Sociedade e Economia. Dentre as dimensões, a sociedade é a que teve o maior peso na avaliação (42,4%), seguida pela dimensão economia (38,1%) e pela dimensão instituições (19,5%).
Lançamento do Ranking
O Ranking de Competitividade dos Estados e dos Municípios 2024 vai ser lançado hoje, em Brasília, durante o Congresso do Conselho Nacional de Secretários de Administração (Consad). O evento ocorre das 9h às 17h, e conta com a presença de doze governadores, incluindo Romeu Zema (Novo).
Ao Estado de Minas Carla Marinho destacou que o levantamento tem o intuito de fornecer aos gestores públicos uma ferramenta baseada em dados e evidências para identificar as prioridades e desafios de seus municípios. Além disso, afirmou que o ranking também serve como um guia para a iniciativa privada, orientando investimentos e destacando regiões que necessitam de maior apoio. Também destacou a utilidade pública para a sociedade, permitindo que a população avalie o desempenho da administração pública, especialmente em períodos eleitorais.