CHAPADA DOS GUIMARÃES, MT (FOLHAPRESS) - O governo brasileiro vai oferecer uma linha de crédito renovável para produtores afetados por incêndios, visando a recuperação de áreas degradadas, de acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

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"Uma das ações do governo para os produtores afetados por esses incêndios é a autorização para o acesso à linha de crédito para recuperação de áreas degradadas", disse.

Segundo Fávaro, no começo do plano Safra eram cerca de R$ 7,7 bilhões disponíveis. Desse valor, os produtores já tomaram aproximadamente R$ 1,2 bilhão e estariam disponíveis R$ 6,5 bilhões que agora serão disponibilizados aos que tiveram incêndios em suas propriedades.

Ao comentar novamente sobre os incêndios que afetam o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT), vizinho ao empreendimento que sedia o encontro do G20, Fávaro afirmou que a escolha foi estratégica para sensibilizar sobre as dificuldades climáticas e fortalecer a liderança do Brasil.



"Agora, temos que chamar também a responsabilidade da comunidade internacional. O Brasil sozinho não vai conseguir cumprir o desafio", disse o ministro, ao comentar que as linhas de crédito internacionais precisam ser reforçadas para pagar pelos serviços ambientais gerados pela preservação da floresta e do cerrado.

O Grupo de Trabalho da Agricultura do G20 se reúne até o próximo sábado (14/9) na Chapada dos Guimarães, com a participação de ministros da Agricultura e representantes do setor.

De acordo com o ministro, quando Mato Grosso foi definido como o local do evento, as forças de segurança alertaram sobre as chances de queimadas. "Disse que era um risco calculado, que a gente não tem que fugir dos fatos reais", relatou.

"Não que eu desejava as queimadas, mas se estivesse queimando, qualquer estado em que a gente fosse fazer esse trabalho hoje, estaria também com fumaça."

Modelo de produção global

Nesta sexta-feira (13/9) está prevista a divulgação de uma declaração oficial em que os países liderados pelo Brasil devem propor um modelo de evolução da produção global, aproveitando a oportunidade de fortalecer relações bilaterais.

Fávaro também comentou a carta, enviada a representantes da União Europeia em que o Brasil diz que as novas regras antidesmatamento do bloco podem afetar 30% das vendas de produtos brasileiros ao bloco. E pede que a norma não seja colocada em prática.

"Eles legislaram de uma forma arbitrária e unilateral. Protocolamos um documento pedindo a suspensão da entrada em vigência dessa legislação. O Brasil está disposto a discutir novos modelos e restrições a novos desmatamentos."

Segundo o ministro, o Brasil defende sua soberania e busca fortalecer relações com outras regiões, como os Brics, a Ásia, o Oriente Médio e a África.

O evento está promovendo a ampliação dos negócios brasileiros, com reuniões bilaterais focadas em expandir relações comerciais.

O B20 Brasil, grupo que representa a iniciativa privada dos países do G20, também apresentou recomendações para sistemas alimentares mais resilientes, inclusivos e sustentáveis, visando a segurança alimentar global.

Gilberto Tomazoni, líder da força-tarefa do B20 e CEO da JBS, destacou a importância das recomendações do setor privado para transformar os sistemas alimentares.

Segundo o B20, a prioridade é a produtividade sustentável e a redução da pobreza e insegurança alimentar, com três recomendações e seis ações de políticas públicas.

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