BANCO CENTRAL

Galípolo nega pressão de Lula e diz que teria coragem de aumentar os juros

Indicado pelo presidente Lula ao comando do Banco Central, Gabriel Galípolo foi sabatinado no Senado nesta terça-feira (8/10)

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O economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comando do Banco Central (BC), disse que nunca sofreu pressão do Palácio do Planalto na sua atuação como diretor de Política Monetária da autarquia no que diz respeito a política de juros. Galípolo foi sabatinado nesta terça-feira (8/10) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Na ocasião, o senador Oriovisto Guimarães, do Podemos do Paraná, perguntou ao economista se ele teria “coragem” de aumentar os juros mesmo diante de pressões do presidente Lula. Galípolo respondeu que nunca foi pressionado e lembrou que já votou para aumentar a taxa básica de juros (Selic) no Comitê de Política Monetária (Copom).

“Adoraria poder me vangloriar disso, em um ano e meio como diretor de Política Monetária já fiz as três opções possíveis: manter, aumentar e diminuir a taxa de juros. Mas a verdade é que nunca sofri pressão, seria leviano de minha parte dizer que isso aconteceu. Na hipótese de isso ocorrer, obviamente teria coragem de fazer”, disse.

Segundo Galípolo, todas as recomendações que recebeu de Lula, e até de senadores, foi para atuar com a “consciência”. “Minhas decisões são tomadas de acordo com o que for melhor para a população brasileira e aqui assumo o compromisso de continuar assim. Devemos atender ao arcabouço legal e institucional do Banco Central”, emendou.

O economista assumiu a Diretoria de Política Monetária em maio de 2023, indicado por Lula em concordância com o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT). Na época, a indicação era vista como um contraponto ao atual presidente do banco Roberto Campos Neto, nome alinhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro e que vinha conduzindo uma política de alta nos juros.

Galípolo, contudo, atuou de maneira independente e votou em diversas ocasiões para manter as taxas de juros, mesmo com a pressão do Planalto. Em agosto, pouco antes de ser indicado, ele rebateu as críticas feitas à política monetária adotada pelo banco e afirmou que todos os diretores estavam “dispostos a cumprir a meta de inflação”.

Em setembro, quando já havia sido indicado à presidência do BC, Galípolo votou junto aos outros diretores para elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,5% para 10,75%. O aumento da taxa foi o primeiro em um ano de ciclo de queda, quando houve recuo de 3,25% da Selic.

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