Explorar todos os ingredientes, sabores e potencialidades de Minas Gerais. É isso que o novo curso de gastronomia do UniBH, que ganhou um complexo gastronômico feito a partir de uma sociedade com a escola francesa Le Cordon Bleu, na noite dessa terça-feira (12/11), promete, de acordo com o reitor do centro universitário, Rafael Ciccarini. "O objetivo é a gente dar um primeiro passo em uma parceria com o estado, com cidade, para desenvolver nossa gastronomia, desenvolver nosso turismo, acentuar a característica natural da hospitalidade, que já é mineira", explica.

Ciccarini destaca que a intenção é utilizar as técnicas da gastronomia europeia para valorizar e explorar a cozinha mineira, uma das mais ricas do país. Para explicar, ele compara a situação a um profissional com uma caixa de ferramentas, que vai utilizar matéria-prima local para dar forma a um objeto. "Não estamos construindo uma culinária francesa em Belo Horizonte. Estamos trazendo uma expertise francesa para potencializar talentos, vocações que são nossas", esclarece o reitor do UniBH.



A caixa de ferramentas, destaca o gestor, é completa e de uma marca tradicional. "A gente traz para Belo Horizonte uma referência centenária: a Le Cordon Bleu foi fundada em 1895", conclui Ciccarini. Eduardo França, diretor do UniBH, reforça o foco na técnica da escola francesa. "Não existe, em primeiro lugar, um interesse em uma espécie de colonização, de dizer que deve ser feita essa ou aquela receita", pontua.

Rafael Ciccarini, reitor do UniBH, prevê que curso unirá a técnica francesa com a tradição mineira

Marcos Vieira/EM/D.A.Press

Espaço gastronômico

O complexo gastronômico é, na prática, um laboratório de 695 m², que ocupa um andar inteiro de um dos prédios do campus. Equipado e projetado seguindo as exigências da Le Cordon Bleu, o espaço inclui, dentre outros locais, duas cozinhas: em uma delas, de demonstração, onde há espelhos em torno do professor, os alunos observam como os alimentos são manuseados; na outra, de preparo, eles mesmos "colocam a mão na massa" e realizam todos os procedimentos.

 

A inauguração do complexo gastronômico do UniBH contou acadêmicos, estudantes e autoridades municipais e estaduais. Para marcar a ocasião, foi cortada uma fita e instalada uma placa no local. Claro, não faltaram muitos quitutes: os alunos do curso, inclusive, trabalharam no preparo, que já mostravam a sinergia entre as gastronomias francesa e mineira. Dentre os petiscos, releituras do tradicional pão de queijo recheado e macarons de caipirinha.

Curso de gastronomia

O curso de gastronomia do centro universitário é um bacharelado de três anos, desenvolvido com a Le Cordon Bleu e autorizado pelo Ministério da Educação (MEC). Por enquanto, são 40 vagas por semestre, pela manhã. A primeira turma iniciou a graduação no último mês de agosto, mas a coordenadora do curso, Marília Couto, afirma que a procura para a próxima classe, para as quais as aulas começam no próximo mês de fevereiro, está alta. Tanto que a instituição de ensino já avalia a possibilidade de abrir outro turno para o curso, à noite. "A gente está tentando essa autorização e espera obtê-la ainda neste semestre", afirma a professora.

O curso funciona no campus Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. O currículo contempla, além da culinária propriamente dita, conteúdos de gestão e negócios específicos para a área, além de turismo, hospitalidade, logística e armazenamento de alimentos e sustentabilidade. Todos os professores, segundo a instituição de ensino, foram capacitados por chefs do Le Cordon Bleu para ministrar as aulas de acordo com as técnicas e a metodologia da instituição francesa. Os estudantes se formam com dupla certificação, pelo Uni-BH e o Le Cordon Bleu.

Além de capacitar os estudantes para o mercado de trabalho, os docentes do curso esperam que a graduação possa evidenciar as riquezas culinárias do estado, além de despertar talentos na área. "A gastronomia é um ato de amor, além de ser uma profissão", opina Marília.

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