As obras da primeira fábrica de fertilizantes nitrogenados do Brasil a utilizar 'hidrogênio verde' vão começar no primeiro semestre do ano que vem. Localizado em Uberaba, no Triângulo Mineiro, o empreendimento será realizado pela empresa de origem suíça Atlas Agro Brasil.

Em 27 de outubro de 2022 a empresa assinou um protocolo de intenção com a Prefeitura de Uberaba para investimento de aproximadamente R$ 5 bilhões em área de 1,1 milhão de m² do Distrito Industrial III, na antiga área da planta de amônia. Esse foi o maior investimento privado já feito na cidade.

"A Atlas Agro já concluiu a fase de pré-engenharia e nesse momento está na fase final de projeto",  informou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Uberaba, Rui Ramos.

O projeto está a cargo de duas empresas europeias e duas brasileiras, cujos nomes são mantidos em sigilo pela Atlas Agro.

Segundo o diretor de operações da Atlas Agro Brasil, Rodrigo Santana, a expectativa é que a construção da fábrica seja concluída em três anos e meio, sendo o início da operação da planta em 2028. "A fábrica terá a capacidade de produção de 500 mil toneladas por ano de fertilizantes para atender os clientes da região. Com esse volume, a fábrica pode reduzir em 2,5% a dependência de importação de fertilizantes do país", complementou Santana.

A previsão é que a construção da fábrica deva gerar 2 mil postos de trabalho. Outros 550 empregos diretos e indiretos devem ser criados após o início do funcionamento da empresa.

Viés ecologicamente correto

A prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, destacou que o investimento acompanhará o cuidado com o meio-ambiente.

"A empresa conta com um viés interessante, ecologicamente correto e que não vai utilizar o gás ou qualquer outra fonte de energia poluente. Vai usar basicamente água e ar para a composição química do fertilizante. A ideia principal do negócio na cidade será o nitrogênio", afirmou a prefeita.

Ainda conforme a prefeita, a Atlas buscava no Brasil um lugar interessante do ponto de vista logístico e do agronegócio. "E como Uberaba tem o agronegócio entre suas principais atividades, deu certo. Quando recebemos do governador a cessão por 20 anos da área que abrigaria a planta de amônia, que quase foi a leilão por duas vezes, o investidor nos procurou", contou Elisa.

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O 'hidrogênio verde' é produzido por meio da eletrólise da água usando eletricidade renovável, como a gerada por fontes solares ou eólicas. Isso significa que a produção de hidrogênio verde não emite dióxido de carbono ou outros poluentes atmosféricos.

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