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SÍNTESE DE INDICADORES

Estudo do IBGE escancara desigualdades entre grupos sociais do país

Após oscilações, situação econômica dos brasileiros melhorou entre 2022 e 2023

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (4/11) a "Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024". O estudo, que traz dados para 24 indicadores, segundo 146 estratos geográficos, lança luz sobre a realidade social do país e aponta grandes diferenças entre os grupos populacionais. Os resultados evidenciam desigualdades em temas como mercado de trabalho, padrão de vida, educação e condições de saúde. 

Ao longo dos últimos 8 anos, de acordo com o estudo do IBGE, a renda da população brasileira aumentou, mas passou por significativas oscilações. Houve desaceleração e queda nos rendimentos agregados no biênio 2015-2016, seguida por tênue recuperação nos anos seguintes até 2019. No entanto, em 2020, a pandemia de COVID-19 trouxe impactos negativos tanto à saúde da população quanto à economia.

O IBGE destaca que a crise sanitária acarretou "queda da renda e destruição de postos de trabalho, que no Brasil atingiram recordes históricos em 2020".  A partir do ano seguinte, ainda segundo o estudo, "a economia iniciou uma recuperação a partir do combate mais efetivo à pandemia e da adaptação das atividades produtivas à situação enfrentada desde o início de 2020."

Entre 2022 e 2023, em especial, a recuperação tornou-se mais palpável. Nesse período, "o processo de recuperação pós-pandemia veio a se consolidar e a refletir efetivamente na geração de postos de trabalho," diz o estudo do IBGE. 

Justamente nesse curto período, de 2022 a 2023, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões de habitantes para 59,0 milhões, menor contingente desde 2012. Em termos percentuais, essa faixa da população caiu de 31,6% para 27,4%. De acordo com o Banco Mundial, vivem abaixo da linha da pobreza cidadãos que têm rendimento domiciliar per capita abaixo de US$ 6,85 por dia, ou R$ 665 por mês, em Paridade do Poder de Compra (PPC).

As proporções mais altas de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza foram identificadas nos estratos que abarcam Arcos Metropolitanos e o interior das regiões Norte e Nordeste. Os estratos com maiores valores foram: Vale do Rio Purus (AM), com 66,6%; Litoral e Baixada Maranhense, com 63,8%; e Entorno Metropolitano de Manaus (AM), com 62,3%, acima da média nacional (27,4%).

No mesmo período, cerca de 3,1 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza (US$ 2,15 PPC por dia ou R$ 209 por mês): a população nessa condição recuou de 12,6 milhões de pessoas para 9,5 milhões, menor contingente desde 2012. a proporção da população na extrema pobreza recuou de 5,9% para 4,4%, o menor percentual desde 2012. 

Minas Gerais


Em Minas Gerais, uma fatia entre 17,3% e 27,4% vive abaixo da linha da pobreza. Esse índice é semelhante ao do Espírito Santo e ao do Rio de Janeiro, estados que também estão na Região Sudeste do país. Porém, está abaixo do registrado em São Paulo, onde a parcela de cidadãos enquadrados nesse segmento social está entre 4,5% e 17,2%.

Na Região Sudeste, o entorno do Rio de Janeiro (RJ) é a localidade com maior número de pessoas em situação de pobreza. Na região metropolitana da capital fluminense, a parcela populacional com rendimento domiciliar per capita abaixo de US$ 6,85 está entre 27,4% e 48,8%.

Mercado de trabalho segue desigual

Entre as desigualdades de renda apontadas pelo IBGE, pesam fatores como raça e gênero. De acordo com o estudo, em 2023, o rendimento-hora dos trabalhadores de cor ou raça branca (R$ 23,02) era 67,7% maior que o dos trabalhadores de cor ou raça preta ou parda (R$ 13,73). Essa desigualdade persistia em todos os níveis de instrução, sendo maior (43,2%) na população ocupada com nível superior completo: R$ 40,20 para brancos, ante R$ 28,10 para pretos ou pardos.

Informalidade e subutilização da força de trabalho também mostram desigualdades. De 2022 para 2023, a proporção de pessoas com ocupações informais no total de trabalhadores do país variou de 40,9% para 40,7%, o que é considerado estatisticamente estável. Essa taxa de informalidade, no entanto, chegou a 45,8% das pessoas ocupadas de cor ou raça preta ou parda, enquanto era de 34,3% entre as pessoas ocupadas brancas. O IBGE pontua que "esses resultados refletem desigualdades historicamente constituídas". 

Do mesmo modo que na comparação por cor ou raça, o gênero também é um fator de desigualdade. Entre pessoas com nível superior completo, com o rendimento médio dos homens (R$42,60) superou o das mulheres (R$30,03) em 41,9%. Em relação à taxa composta de subutilização da força de trabalho, para os homens, a taxa era de 14,4%, enquanto, entre as mulheres, chegava a 22,4%. 

Ainda assim, o total de pessoas ocupadas aumentou significativamente entre 2022 e 2023, atingindo maior contingente desde 2012: ao todo 100,7 milhões de pessoas estão no mercado de trabalho, nada menos que 3,7 milhões (3,8%) a mais que em 2022. Esse crescimento ocorreu tanto entre os trabalhadores com vínculo (mais 2,0 milhões) e quanto entre os sem vínculo (mais 1,7 milhão).

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