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Copom eleva taxa de juros para 12,25%

Aumento de um ponto percentual na taxa é justificado pelo temor do aumento da inflação. É o terceiro aumento da Selic em sequência

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O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou, nesta quarta-feira (11/12), a taxa básica de juros, a Selic, para 12,25%, em meio a temores de uma possível aceleração do ritmo inflacionário no Brasil. A decisão surpreendeu o mercado financeiro, que esperava uma elevação de 0,75 ponto.

O Copom anunciou um aumento de um ponto percentual na Selic, a terceira alta consecutiva no ciclo de ajuste iniciado em setembro. A taxa retornou ao nível de dezembro do ano passado, quando estava em 12,25% ao ano. A alta consolida um ciclo de contração na política monetária.

A alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Após passar um ano em 13,75% ao ano, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões, de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, começando a aumentar a Selic na reunião de setembro, quando a taxa subiu 0,25 ponto, e novembro, quando subiu 0,5 ponto.

Expectativas

A decisão de aumento da taxa Selic marca a despedida de Roberto Campos Neto do comando do colegiado do BC. A partir de janeiro de 2025, o posto será ocupado por Gabriel Galípolo - nome de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Copom voltará a se reunir nos dias 28 e 29 de janeiro, com a estreia de três novos integrantes -diretores Nilton David (Política Monetária), Gilneu Vivan (Regulação) e Izabela Correa (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta). A partir do ano que vem, o comitê terá maioria dos representantes indicados por Lula, com sete dos nove membros.

A aceleração do ritmo de alta da Selic era esperada pelo mercado financeiro. Mas, segundo levantamento feito pela Bloomberg, a maioria dos economistas consultados projetava uma elevação de 0,75 ponto, enquanto a parcela minoritária apostava em um aumento de 1 ponto percentual.

Nas últimas semanas, os agentes econômicos passaram a apostar na necessidade de um choque ainda maior de juros em meio à piora adicional das expectativas de inflação.

A onda de revisões refletiu a frustração dos agentes econômicos com o pacote de contenção de despesas apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a disparada do dólar, que rompeu a barreira dos R$ 6, e a nova demonstração de força do PIB (Produto Interno Bruto).

Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que a economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre e que a inflação, no acumulado de 12 meses, ganhou força e acelerou a 4,87% até novembro.

Segundo o último boletim Focus, os analistas já projetam que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique acima do teto da meta neste ano e também em 2025 - 4,84% e 4,59%, respectivamente. Para 2026, a estimativa subiu para 4%.

A meta perseguida pelo BC é 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que a meta é considerada cumprida se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).


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O BC trabalha agora com a inflação do 2º trimestre de 2026 na mira, conforme o sistema de meta contínua, devido aos efeitos defasados da política monetária sobre a economia.

Se a projeção de estouro da inflação deste ano se confirmar, Galípolo será obrigado a escrever uma carta aberta a Haddad logo após assumir o comando do BC.

  

*Com informações da Agência Brasil e Folhapress

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