A agropecuária mineira cresceu 7,6% neste ano em relação a 2023. O número representa um Valor Bruto de Produção estimado em R$ 150,3 bilhões, segundo o balanço da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), divulgado ontem. Separadamente, o setor agrícola movimentou R$ 95,6 bilhões e o pecuário R$ 54,76 bilhões no estado.




O produto que teve a melhor variação positiva quando comparado ao último ano foi o café, que arrecadou mais de R$ 36 bilhões, um crescimento de 23% em um ano. O leite teve destaque na produção e movimentou R$ 25,9 bilhões, 17,27% a mais que em 2023. A soja, apesar do alto custo de produção, também cresceu e aglutinou mais de R$ 16,2 bilhões, o que representa um aumento de 10,8%.


A carne bovina foi apontada como um dos destaques do ano pela federação que representa o setor agropecuário. A produção de pecuária de corte em Minas movimentou R$ 15,66 bilhões, registrando um aumento de 10,42%. A cana segue na lista dos produtos com variação positiva em relação ao anterior, com evolução de 7,2%.


Outros produtos com valores de arrecadação inferiores também tiveram destaque na produção mineira, como o algodão, que dobrou sua produção de um ano para o outro (101,9%). A laranja também foi protagonista na economia do estado e cresceu 32,5%. De acordo com a Faemg, esse cenário acontece pelo baixo custo de produção e rentabilidade dos produtos.

Impacto no bolso


Apesar do aumento da receita no comércio do café, Minas Gerais produziu menos sacas que em 2023. A produção foi 3,3% menor que no ano anterior e atingiu 28 milhões de sacas. Mesmo com uma expansão de 3% nas áreas produtivas, a federação afirma que o grão não atingiu seu potencial produtivo neste ano em razão das mudanças climáticas e a alta demanda de exportação, e não deve melhorar. Esse cenário vai pesar no bolso do consumidor.


“Não vamos ter aumento de produção em 2025. Tivemos uma queda na produção e só vamos saber o impacto disso entre janeiro e março, quando será possível medir as plantações de café devido à seca, às altas temperaturas e às chuvas de granizo no fim do ano passado para o início deste ano”, disse o presidente da Faemg, Antônio Pitangui de Salvo.


Outro fator que preocupa Pitangui é a exportação do grão à China, que deve estreitar suas relações comerciais e diplomáticas com o Brasil após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. “Temos que saber oferecer café aos chineses, porque se eles quiserem tomar café mesmo, não vai sobrar”, afirmou.
A carne também estará mais cara em 2025.

Isso porque, segundo o presidente da Faemg, o produto não se valorizou no mercado internacional, ao passo que a moeda foi se desvalorizando. A carne brasileira custa em média US$ 52,83 a arroba e já chegou a custar US$ 70 no período pós-pandemia. Em 2022, o produto chegou a custar US$ 30.


Com a oscilação nos preços internacionais, os produtores precisaram vender mais animais, incluindo as matrizes, que são as vacas responsáveis unicamente pela reprodução de novos bezerros. Esse fator causou demora na recuperação do mercado, uma vez que os produtos não contavam com animais para reprodução. Mesmo assim, o rebanho mineiro cresceu e atingiu 22,5 milhões de cabeças de gado.


“O mercado está balizando o preço. Ciclicamente, neste momento, a carne bovina está mais alta porque tivemos um abate de matrizes muito acima do normal em 2022 e 2023. Consequentemente, temos menos produtos (os bezerros) que esperávamos. Para a dona de casa, a opção é comprar outros produtos neste momento de alta”, afirmou Pitangui.

Exportação


As exportações do agronegócio mineiro registraram aumento de 17,8% em 2024 atingindo
US$ 14,17 bilhões até outubro. Esses resultados, segundo a Faemg, refletem a elevada competitividade e qualidade dos produtos de Minas Gerais, bem como uma crescente demanda internacional, que impulsionou o incremento de 10,9% no volume exportado. Os produtos mineiros conquistaram mercados em 169 países, consolidando o estado como referência no cenário global. A participação do agronegócio nas exportações totais de Minas atingiu 40,3%.

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