BALANÇO

Lucro da Usiminas cai vertiginosamente de 2023 para 2024

Queda no desempenho foi causada principalmente pelas perdas cambiais líquidas registradas, consequência da desvalorização de 27,9% do real frente ao dólar

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A Usiminas registrou prejuízo líquido de R$ 117 milhões no quarto trimestre de 2024. O resultado negativo desse período foi divulgado no balanço desta sexta-feira (14/2), após lucro de R$ 185 milhões apurado nos três meses anteriores, além de um saldo positivo de R$ 975 milhões registrado no mesmo período de 2023.

A companhia fechou 2024 com lucro líquido de R$ 3,362 milhões, bem inferior ao resultado apurado em 2023, que foi de R$ 1,649 bilhão. De acordo com o boletim divulgado pela Usiminas, a queda no desempenho aconteceu principalmente devido às perdas cambiais líquidas registradas no ano.

As perdas cambiais líquidas em 2024 foram de R$ 544 milhões, frente a um ganho cambial de R$ 232 milhões em 2023, consequência da desvalorização de 27,9% do real frente ao dólar, impactando os passivos em dólar da empresa. Com isso, o resultado financeiro de 2024 foi de R$ 595 milhões negativos, contra R$ 366 milhões positivos em 2023.

Queda na produção mineral

Em 2024, a mineração da Usiminas produziu um volume de 8,2 milhões de toneladas, redução de 7,3% se comparado a 2023, quando a produção totalizou 8,8 milhões de toneladas. A queda foi justificada sobretudo pela parada operacional da instalação de tratamento de minério leste, em Mateus Lemes, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde novembro de 2023.

O volume de vendas de minério foi de 8,5 milhões de toneladas, queda de 6,5% em relação a 2023, quando a empresa teve seu recorde anual de vendas (9,1 milhões de toneladas). As exportações foram de 5,8 milhões, redução de 13%. Na distribuição de vendas, as exportações representam 68% do volume faturado.

Produção de aço bruto aumenta

Na siderurgia, a produção de aço bruto em 2024 foi de 3,2 milhões de toneladas, 54% superior a 2023. Foi o segundo maior volume de produção desde a paralisação das áreas primárias de Cubatão (SP), em 2015, como reflexo do aumento da capacidade produtiva do Alto Forno 3, em Ipatinga, após a reforma do equipamento em 2023.

A produção de laminados nas usinas de Ipatinga e de Cubatão totalizou 4,4 milhões de toneladas, crescimento de 8,5% em relação a 2023, também o segundo maior volume de produção desde 2015. Já o volume de vendas foi de 4,3 milhões de toneladas, acréscimo de 5,8%. O crescimento foi concentrado no mercado interno, responsável por 3,9 milhões de toneladas (alta de 7,7%), puxada pelos segmentos industriais (39% de participação) e automotivo (34%). Já as exportações somaram 337 mil toneladas, retração de 11,7%.

Expectativa para 2025

“As projeções do PIB ainda indicam crescimento na casa de 2%, assim como os principais setores consumidores de aço como o automotivo, eletroeletrônico e a construção civil. A Usiminas estará preparada para atender a demanda de seus clientes, contudo, o ciclo de aperto monetário com forte elevação das taxas de juros deve gerar uma desaceleração do crescimento no decorrer do ano. Neste contexto interno desafiador, e com as instabilidades no comércio internacional, torna-se ainda mais urgente a implementação de medidas efetivas de defesa comercial em relação às importações de produtos subsidiados que geram uma competição desleal no mercado e reduzem a capacidade da indústria gerar emprego e expandir seus investimentos”, indica o balanço divulgado.

A expectativa da Usiminas para o primeiro trimestre de 2025 envolve um aumento do volume de vendas no mercado interno e uma redução nas exportações, resultando em uma leve elevação no volume total de vendas de aço. Uma melhoria na receita líquida por tonelada também indica ganho de eficiência nas operações. A companhia anunciou investimentos entre R$ 1,4 bilhão e 1,6 bilhão para 2025.

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