Uma das questões do segundo dia de provas do Enem 2023, que aconteceu neste domingo (12/11), foi anulada. A questão pedia ao candidato para interpretar um gráfico sobre os grupos que estavam mais expostos ao vírus da gripe A-H1N1, por estarem com baixa cobertura vacinal.

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Em coletiva de imprensa, o ministro da Educação, Camilo Santana, explicou que o item já havia sido aplicado no exame aplicado a pessoas privadas de liberdade, em 2010.

A escassez do BNI (Banco Nacional de Itens), de onde são retiradas as questões do Enem, vem sendo alertada por servidores do Inep há anos. Em março do ano passado, a equipe técnica do órgão produziu um documento em que previa a possibilidade de utilização de itens utilizados em edições anteriores para fazem o Enem 2022.



Para resolver o problema, o Inep e o Ministério da Educação (MEC) informaram que um novo edital para contratação de elaboradores e revisores dos itens será lançado no início de 2024. “Nós estamos tomando as providências para fortalecer toda a equipe que trabalha na construção dos itens e da prova. Estamos elaborando um novo edital que deverá sair em Janeiro. Esperamos reunir um grupo de elaboradores e revisores para conseguirmos ter um banco de itens mais robusto”, explicou o presidente do Inep, Manuel Palácios.

No ano passado, a estratégia usada para contornar a falta de questões foi a reciclagem de itens usados em anos anteriores. Eles usaram questões feitas e pré-testadas em anos anteriores, mas que ficaram de fora das provas oficiais por terem apresentado alguma fragilidade nas informações piscométricas --que são as informações estatísticas que permitem a calibragem para a medição de diferentes proficiências entre os candidatos.

Estima-se que cada item do Enem custe de R$ 2.000 a R$ 3.000 para ser elaborado, já que eles são feitos por uma banca de especialistas de cada área, passam por até quatro revisores e depois seguem para o pré-teste.

Desde 2009, quando o Enem ganhou o formato atual e virou vestibular, há dificuldade de produzir itens adequados em número suficiente para a compor a prova. O problema foi agravado durante o governo Jair Bolsonaro (PL), já que nos três primeiros anos de gestão não foram produzidas novas questões para compor o BNI.

(Com informações da Folhapress)

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