A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se consolidou como a melhor federal do país pelo terceiro ano consecutivo em novo ranking do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC).
Ao todo, foram avaliadas 1.998 instituições em todo país. A UFMG tem a melhor nota no Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) entre as federais, com 4,4167. Um valor que supera o da própria instituição em 2021, de 4,368. A universidade alcançou o maior IGC pelo terceiro ano consecutivo.
A segunda posição ficou com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que teve uma nota de 4,4010, e a terceira, fechando o ranking, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com uma nota de 4,3140.
Os resultados do estudo foram divulgados nesta semana e estão diretamente relacionados ao ciclo avaliativo do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2022.
Indicador consistente e desafios
A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, comemora o primeiro lugar no ranking. “Essa é uma avaliação antiga do Inep e muito rigorosa também. Para nós é uma grande satisfação podermos figurar, mais uma vez, como a melhor federal, pelo terceiro ano consecutivo”, afirma.
Sandra Almeida ressalta que neste ano, a universidade aumentou a própria nota no índice.
“O que aconteceu, dessa vez, é que aumentamos a distância (para as outras instituições). Um detalhe muito importante quando vemos a série histórica das notas do IGC, da UFMG, nosso indicador está aumentando a cada ano. Ele não está flutuando, está muito consistente. Ele não só tem se mantido como melhorado a cada ano. Isso é que nos enche de satisfação. Estamos abrindo uma frente maior entre as outras universidades.”
Além dos motivos para comemorar, a reitora cita os desafios que a posição da UFMG traz ao estar no topo do ranking.
“É muito importante ocupar essa posição, mas é uma grande responsabilidade. Nosso grande desafio é a questão orçamentária que precisa ser resolvida. Melhorou, ano passado tivemos uma boa recomposição orçamentária e esperamos que este ano continue”, diz.
Ela conta que o orçamento este ano está um pouco menor em relação ao do ano passado, mas que o ministro da Educação já prometeu equacionar a situação e fazer a recomposição.
“Querendo ou não, isso impacta a qualidade da instituição. Os últimos anos, até 2022, foram os piores anos orçamentários da história da universidade. Fazemos milagre. Comparado com 15 anos atrás, quando tivemos a grande expansão das universidades federais, hoje estamos maiores, com 40% mais alunos e mais cursos. Estamos mais inclusivos, mais de 50% da nossa comunidade vem da escola pública. E com um orçamento igual ao de 2010. Esse é nosso grande desafio.”
A reitora cita também custos com parque tecnológico, laboratórios que precisam ser mantidos, as bolsas para manter os estudantes, manutenção dos campi e assistência estudantil para os alunos que entram com dificuldades socioeconômicas.
“A universidade está caminhando para seus cem anos, em 2027. Temos que pensar na universidade que queremos para o futuro. Pensando nos cursos que vamos oferecer, estamos pensando em cursos novos, tornando os cursos mais flexibilizados, com mais interdisciplinaridade e trabalhando temas que são importantes para o nosso país.”
O que é o IGC?
O Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) é resultado da avaliação das universidades e corresponde à média das notas do CPC (cursos de graduação) e dos conceitos CAPES dos cursos de programas referentes às pós-graduação.
Das instituições com IGC calculado, 27,7% tiveram desempenho entre as faixas 4 e 5 do indicador. 60,3% obtiveram nota 3 e, 11,7% e 0,3% ficaram nas faixas 2 e 1, respectivamente.
Quais cursos avaliados?
Os cursos avaliados são das áreas de administração; administração pública; ciências contábeis; ciências econômicas; direito; jornalismo; psicologia; publicidade e propaganda; relações internacionais; secretariado executivo; serviço social; teologia e turismo.
Também foram avaliados os cursos superiores de tecnologia das áreas de comércio exterior; design de interiores; design gráfico; design de moda; gastronomia; gestão comercial; gestão da qualidade; gestão pública; gestão de recursos humanos; gestão financeira; logística; marketing e processos gerenciais.