Brasil teve um aumento brusco nas taxas de analfabetismo entre crianças -  (crédito: Freepik/Reprodução)

Brasil teve um queda nas taxas de analfabetismo, mas ainda apresenta números altos entre idosos, negros e indígenas

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Não conseguir ler nem o título desta reportagem é a realidade de 11,4 milhões de brasileiros, conforme o último censo divulgado nesta sexta-feira (17/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados revelam que, apesar da queda na taxa de analfabetismo, os números seguem altos, principalmente entre indígenas e negros. Já Minas Gerais tem a pior taxa de alfabetização entre os estados do Sudeste

 

A taxa de analfabetismo no Brasil caiu de 9,6% em 2010 para 7% em 2022, redução observada em todas as faixas etárias. A maior parte dos brasileiros que não sabe ler e escrever tem 65 anos ou mais, intervalo de idade em que, por outro lado, foi registrado a maior queda na taxa de analfabetismo (9,1 pontos percentuais), saindo de 29,4% no Censo de 2010 para 20,3% em 2022. Os grupos etários de 15 a 19, 20 a 24, e 25 a 34, estão acima da média nacional em mais de cinco pontos percentuais.

 

De acordo com o IBGE, em 2022, o percentual de mulheres que sabiam ler e escrever era 93,5%, enquanto o de homens era 92,5%. Essa leve gradação das mulheres foi verificada em praticamente todos os grupos etários, exceto entre pessoas de 65 anos ou mais, cujo percentual (79,6%) fica 0,3 pontos percentuais abaixo dos homens.

 

 

 

Onde estão os analfabetos no Brasil?

 

Os estados com as maiores taxas de analfabetismo são Alagoas (17,66%), Piauí (17,23%) e a Paraíba (15,96%). Já as menores ocorrem em Santa Catarina (2,67%), Distrito Federal (2,77%) e Rio Grande do Sul (3,11%). O Nordeste tem a taxa mais alta, de 14,21%, e o Sul, a mais baixa, de 3,45%, percentual melhor do que a média nacional de 7%.

 

Repetindo a série histórica, o analfabetismo é maior entre a população negra e parda: a média nacional é de 18,94%, quase o quádruplo da taxa observada entre as pessoas brancas (4,3%), ainda que tenha registrado um aumento de quase cinco pontos percentuais do Censo de 2010 para 2022. A discrepância na taxa de analfabetismo também é alta entre os indígenas (16,06%).