O CEO do grupo Ânima Educação, Marcelo Battistella Bueno, destrincha o papel da tecnologia no ensino e aprendizagem em entrevista ao programa EM Minas, que foi ao ar nesse sábado (15/6), na TV Alterosa. Para ele, a educação 100% remota não representa o futuro, mas a perspectiva é de que a relação entre ensino e tecnologia evolua.
Bueno vê a inteligência artificial como uma aliada, tanto para professores quanto para estudantes, ajudando a melhorar a relação de aprendizagem e substituindo funções repetitivas de maneira mais rápida e eficiente. “Como no trabalho, hoje, você usa plataformas para fazer reuniões que são quase como fossem presenciais e que facilitam muito a nossa vida”, afirma.
Ele sustenta que o professor continuará sendo o centro da universidade e que a tecnologia não substituirá o humano. Em vez disso, acredita que esses recursos irão permitir um ensino mais individualizado e uma aprendizagem escalável, levando a educação a outro patamar. Ele ainda vê com bons olhos a chegada cada vez mais forte da Inteligência Artificial (IA) na sala de aula. “A inteligência artificial, ou IA, tem que estar à serviço do professor. Ou seja, ele tem condição de ter uma de forma muito mais individualizada, conhecer muito mais cada aluno”, disse, ao ser questionado sobre como os educadores podem lidar com o uso dessas ferramentas pelos alunos em sala de aula.
Sobre o futuro do ensino, Bueno não acredita que será 100% remoto. Para ele, a presencialidade e o convívio são essenciais e sempre farão a diferença. A experiência presencial, no entanto, deve ser única e não replicável em casa. A convivência no campus universitário precisa ser diferenciada para justificar o deslocamento. “Se você pode ter em casa, você utiliza a tecnologia a seu favor”, crava. Ele destaca, ainda, disciplinas que demandam o presencial como regra, à exemplo de Anatomia, no curso de Medicina.
Na avaliação dele, a educação atual migrou de um formato conteudista para um modelo baseado em competências. Ele reforça que, com a ampla disponibilidade de conteúdo na internet, o papel da sala de aula mudou. O diferencial, portanto, está nas competências que o aluno desenvolve, chamadas soft skills. Bueno acredita que, enquanto a tecnologia pode substituir trabalhos mecânicos e escaláveis, as competências humanas, como trabalho em equipe, respeito à diversidade e empatia, continuarão sendo insubstituíveis.
Na avaliação dele, a educação atual migrou de um formato conteudista para um modelo baseado em competências. Ele reforça que, com a ampla disponibilidade de conteúdo na internet, o papel da sala de aula mudou. O diferencial, portanto, está nas competências que o aluno desenvolve, chamadas soft skills. Bueno acredita que, enquanto a tecnologia pode substituir trabalhos mecânicos e escaláveis, as competências humanas, como trabalho em equipe, respeito à diversidade e empatia, continuarão sendo insubstituíveis.
Atualmente, o grupo Ânima tem um currículo híbrido por competências que adapta o uso da tecnologia às necessidades individuais de cada estudante. Bueno destaca que esse modelo torna a Ânima uma referência global, pois nenhum outro lugar do mundo possui algo semelhante. A mudança resultou na eliminação de muitas disciplinas tradicionais, substituídas por outras que atendem melhor às novas exigências educativas.
Desde 2014, a Ânima começou a se preparar para o ensino híbrido, inspirado pela tendência de omnichannel —integração dos canais de venda— observada no varejo. Bueno menciona que, provocados pela HSM, plataforma de educação corporativa do grupo, perceberam que o futuro da educação seguiria uma lógica semelhante à do varejo, onde a escolha entre online e presencial seria pautada pela conveniência. “Você não compra um televisor online, compra da forma como for mais conveniente. Você pode ir à loja, escolher e receber em casa. Você pode comprar em casa e buscar na loja. Tanto faz”, exemplifica.
O CEO da Ânima afirma que a pandemia acelerou essa transição para o ensino híbrido e que atualmente os estudantes escolhem o nível de tecnologia de acordo com a área de estudo. Em cursos de saúde, a preferência é pelo ensino presencial, enquanto em áreas como tecnologia da informação, a tendência é a busca por experiências digitais.
A entrevista completa de Marcelo Bueno no "EM Minas" está disponível no portal e no jornal impresso do Estado de Minas. O programa vai ao ar todo sábado, às 19h30, apresentado pelo jornalista Benny Cohen. Cada episódio é dividido em três blocos, sendo dois transmitidos na televisão e um terceiro bloco exclusivo no YouTube do Portal Uai, onde todos os programas poderão ser vistos na íntegra.