*Conteúdo produzido por Flávio Castro
A inteligência artificial (IA) é um tema de extrema relevância na contemporaneidade e certamente figura entre os assuntos que podem ser cobrados nas redações dos principais vestibulares do país. Sua importância, no entanto, se reflete não apenas no campo tecnológico, mas também na forma como influencia diversos aspectos da vida cotidiana e molda o futuro da humanidade.
Hoje, a IA já está profundamente integrada ao nosso cotidiano, atuando diretamente na forma como interagimos com o mundo. Desde assistentes virtuais, como a Siri da Apple e a Alexa da Amazon, até sistemas de recomendação em plataformas de streaming e redes sociais, a inteligência artificial está presente em diversas esferas, influenciando decisões e comportamentos. Essa tendência só tende a crescer, delineando o futuro com bases cada vez mais tecnológicas.
Um aspecto fundamental dessa presença crescente é o uso de sensores que monitoram e medem nossos corpos e ações. Esses dispositivos geram uma quantidade imensa de dados, como, por exemplo, o número de passos dados diariamente, o tempo de navegação na internet, a frequência cardíaca, os temas pesquisados na internet e até mesmo padrões de sono. Exemplos incluem smartwatches que acompanham nossa saúde, aplicativos que rastreiam nossos hábitos de consumo e carros inteligentes que monitoram nossa forma de dirigir.
Esses dados são então processados por sistemas de big data, que têm a capacidade de analisar e extrair padrões complexos dessas informações. Com isso, condicionam as ofertas de propaganda, os discursos, as informações e as narrativas que nos são apresentadas. Certamente você já reparou que quando você fala sobre algum produto, serviço ou destino turístico, os navegadores e as redes sociais passam a oferecer propagandas relacionadas ao assunto. É uma forma de personalização que, embora possa ser conveniente, levanta questões sobre privacidade e controle.
Yuval Noah Harari, um renomado historiador e autor israelense, argumenta que os dados serão ainda mais valiosos no futuro. Ele prevê que a interpretação desses dados poderá influenciar profundamente nossas ações, questionando o conceito de livre-arbítrio. De acordo com Harari, nossas decisões, que vão desde a escolha do candidato que iremos votar, dos produtos que iremos consumir e quais versões da história iremos acreditar estarão cada vez mais sujeitas às análises feitas a partir de nossos dados pessoais.
As inteligências artificiais continuam a ser desenvolvidas por grandes empresas de tecnologia, conhecidas como Big Techs, que investem pesadamente em deep learning. Esse ramo da IA inclui avanços como reconhecimento facial, comandos de voz e legendas automáticas, demonstrando o potencial dessas tecnologias para realizar tarefas complexas com eficiência crescente, e mais que isso, elas conseguem capturar e aprender nossos hábitos e padrões de comportamento.
Contudo, essa evolução também traz desafios significativos. As IAs e os algoritmos podem nos "aprisionar" em bolhas de consumo e informação, reforçando nossas crenças e preferências existentes. Além disso, a criação de conteúdo artificial a partir de outros conteúdos artificiais pode criar ciclos de retroalimentação que distorcem nossa percepção da realidade. O impacto da IA vai além do consumo e da informação; ele se estende a várias profissões, incluindo medicina, direito e engenharia, onde a automação pode substituir a ação humana, como assinala Harari. No campo da educação, as inteligências artificiais podem transformar o ensino de forma pragmática e individualizada, ajustando-se às necessidades específicas de cada estudante, mas também correndo o risco de desumanizar de forma irreversível o processo educacional.
Essas previsões nos alertam para a necessidade de compreender e, principalmente, democratizar a tecnologia e a informação. O filósofo do mundo digital, Cosimo Accoto, em seu livro "Mundo Dado" (2020), argumenta que as IAs, assim como os dados, sensores e algoritmos, podem se tornar nossos senhores, nossos escravos ou, na melhor hipótese, nossos parceiros. A escolha de qual papel eles desempenharão depende de como lidamos com essas tecnologias. Portanto, é muito importante que desde já nos esforcemos para garantir que o acesso às informações e aos meios tecnológicos seja sempre democratizado. Somente assim poderemos moldar um futuro onde a tecnologia sirva ao bem comum e não apenas aos interesses de poucos.
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Sobre o autor: Flávio de Castro é pós-graduado em Letras pela Unicamp e escritor. Escreveu Desaparecida (2018) e Minério de Ferro (2021), além de colaborar em diversas revistas, jornais e suplementos. Atualmente é pesquisador no Posling do CEFET-MG e professor de Literatura e Interpretação de Textos no Curso DetOnline.