Alunos do projeto participam de competições dentro da própria escola e também dos Jogos Escolas de Minas
 -  (crédito: Reprodução / Juliana Marra)

Alunos do projeto participam de competições dentro da própria escola e também dos Jogos Escolas de Minas

crédito: Reprodução / Juliana Marra

Uma escola do Centro-Oeste mineiro vem apostando no jogo de tabuleiro mais famoso do mundo para desenvolver as habilidades dos estudantes locais. Na Escola Estadual Padre João Parreiras Villaça, em Carmo do Cajuru, no Centro-Oeste de Minas, o xadrez entrou de vez no currículo. A iniciativa, batizada de projeto Xeque-Mate, é conduzida pelo professor Jivago Campos desde 2005 e já beneficiou cerca de 5 mil alunos desde a implementação.

 

 

O professor promove, há 17 anos, aulas de xadrez para cerca de 500 alunos de turmas do sexto ano até o terceiro ano do ensino médio.No ano letivo, algumas horas da semana são dedicadas ao ensino do xadrez. “Já no mês de fevereiro, a gente entrega uma apostila para eles aprenderem a história do xadrez, dos benefícios, todo o surgimento e principalmente os objetivos dos xadrez, o que aumenta ainda mais o interesse deles de participarem”, ressalta.  O projeto vem sendo realizado desde a criação, em 2005, mas teve que ser interrompido durante 2 anos em razão da pandemia. 

 

 

Depois de terem aprendido a dinâmica do jogo, os alunos são submetidos a avaliações escritas. A intenção, diz Campos, é entender o que eles aprenderam, seja na parte prática, seja na parte teórica. “Ao final desse aprendizado, que leva três meses para eles praticarem todas as peças, a gente faz um campeonato interno entre os participantes”, conta.

 

 

O professor afirma que, mesmo dentro da disciplina de educação física, o xadrez contribui com aprendizados que refletem no melhor desempenho em outras matérias. “Os ganhos aqui para os nossos alunos são imensos no decorrer desses 17 anos. O xadrez aumenta a capacidade intelectual, o raciocínio lógico, a concentração e o interesse pelas outras disciplinas – principalmente a matemática”, detalha.

 

 

O jogo de tabuleiro exige dos jogadores a criação de estratégias para atingir o território do adversário. Durante a partida, cada enxadrista move dezesseis peças: oito peões, dois cavalos, dois bispos, duas torres, um rei e uma rainha. Todas as peças, menos o rei, podem ser capturadas na partida. Quando o rei não tem mais como fugir e há a iminência da sua captura, o jogo termina com o xeque-mate. O passo final da partida deu nome ao projeto que já está quase chegando à maioridade. 

 

 

Disputa e pódio nos Jogos Escolares de Minas

O ápice do ensino de xadrez na escola do Carmo do Cajuru acontece com os Jogos Escolares de Minas Gerais, mas o processo começa logo no ensino do ano com o estudo de cada peça do jogo e das possíveis jogadas. “Eu ando com um painel magnético. A cada semana eles aprendem uma peça, primeiro os peões, aí depois a gente vai para a parte prática e eles praticam com os peões. Depois as torres, na parte teórica, depois eles vão para a parte prática e praticam com as torres. Depois os cavalos e assim por diante, até chegar na última peça, que é o rei”, explica o professor de educação física.

 

 

Ainda de acordo com Jivago, os melhores enxadristas do chamado interclasse vão para os Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG). “Este ano a gente levou 12 enxadristas e ficamos na colocação de quarto geral, com o aluno Caíque Madureira. Ano passado, conseguimos os três pódios – o primeiro, o segundo e o terceiro”, comemora ele.

 

 

Aluno do 9º ano da Escola Estadual Padre João Parreiras Villaça, Pedro Augusto Gomes Toledo, que venceu o campeonato interclasse deste ano, enaltece os benefícios do jogo de tabuleiro. “O xadrez é o melhor exercício que existe para raciocínio lógico as pessoas podem encontrar”, diz ele.

 

 

Já Maria Gabriela, do 7° ano, acredita que o xadrez auxilia em seu desempenho na escola e contribui para a saúde. “O xadrez traz benefícios para a nossa saúde mental, como por exemplo, não esquecer as coisas e também ajuda bastante nas provas”, conclui.

 

 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa