O fogo foi ateado às margens de rodovia na Zona da Mata -  (crédito: Divulgação / Policia Militar Rodoviária de Minas Gerais)

O fogo foi ateado às margens de rodovia na Zona da Mata

crédito: Divulgação / Policia Militar Rodoviária de Minas Gerais

A crise climática é um dos temas mais urgentes da atualidade, com impactos diretos e devastadores sobre a vida humana em todo o planeta. Questões como desmatamento, enchentes, secas, aquecimento global e variações extremas de temperatura têm se tornado cada vez mais frequentes, afetando a saúde, a economia e o meio ambiente. Diante dessa realidade, cresce a expectativa de que o ENEM e outros vestibulares passem a considerar a crise climática em suas provas, abordando seus múltiplos aspectos de forma interdisciplinar.

Exemplos recentes mostram a gravidade do problema. Entre abril e maio de 2024, o Rio Grande do Sul foi atingido por uma das maiores tragédias climáticas de sua história, com enchentes que devastaram cidades e deixaram milhares de desabrigados.

Ao mesmo tempo, a Europa enfrentou o verão mais intenso já registrado, conforme apontado pelo Lancet Countdown Europe Report. O relatório, elaborado por cerca de 70 pesquisadores, revelou que a temperatura na Europa aumentou duas vezes mais rápido que no restante do mundo, resultando em 45% mais dias de calor extremo em comparação à década anterior. O impacto foi evidente no aumento das mortes causadas no continente pelas ondas de calor. Além disso, o relatório destacou que abril de 2024 foi um dos meses mais quentes da história, evidenciando um aquecimento sem precedentes.

Cidade com casas abaixo d´água

Tragédia no Rio Grande do Sul com as enchentes

reprodução SBT

No Brasil, os efeitos das mudanças climáticas também são notáveis. Em Belo Horizonte e outras regiões do Sudeste, o clima seco e as oscilações bruscas de temperatura entre dias quentes e noites frias têm agravado problemas respiratórios, especialmente pela falta de chuva, que já dura quase dois meses na capital mineira. A situação é tão grave que o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reconheceu o estado de emergência em 95 municípios de Minas Gerais. Esses eventos reforçam a necessidade de incluir a crise climática nos debates educacionais, uma vez que seu impacto já se faz sentir de maneira concreta no cotidiano da população.

Embora o ENEM, até o momento, não tenha priorizado questões relacionadas ao meio ambiente e às mudanças climáticas em sua redação, há uma forte suspeita de que, neste ano, o tema venha a ser abordado, dada a crescente urgência da questão. Considerar esse contexto é fundamental para preparar os estudantes para o futuro. Afinal, o problema vai muito além dos vestibulares: a possibilidade de um futuro digno e promissor para os jovens candidatos está diretamente ligada à capacidade da sociedade de enfrentar a crise climática de forma eficaz e responsável. Em um cenário em que o planeta enfrenta uma emergência ambiental sem precedentes, a sobrevivência e o bem-estar das próximas gerações dependem, cada vez mais, da ação coletiva em defesa do meio ambiente.

Sugestões de repertório sociocultural

Para os candidatos que desejam se aprofundar no tema das mudanças climáticas e seus impactos, o documentário O Amanhã é Hoje – O Drama de Brasileiros Impactados Pelas Mudanças Climáticas (2018), dirigido por Thais Lazzeri, é uma excelente referência. O filme acompanha a trajetória de seis pessoas em diferentes regiões do Brasil, todas profundamente afetadas pelas consequências das mudanças climáticas, oferecendo um retrato realista e comovente dos desafios que muitos brasileiros enfrentam diariamente. Disponível no YouTube, o documentário é uma oportunidade valiosa para entender como o aquecimento global e as condições climáticas extremas moldam a vida de comunidades inteiras.

Além disso, obras literárias como Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos, e O Quinze (1930), de Raquel de Queirós, oferecem uma perspectiva histórica sobre a relação entre o clima e os destinos humanos no Brasil. Em Vidas Secas, Graciliano narra a luta de Fabiano e sua família contra a seca e a miséria, uma situação que força a constante fuga em busca de sobrevivência. Já O Quinze retrata a devastadora seca de 1915 no Nordeste, especialmente no Ceará, e os efeitos catastróficos dessa calamidade sobre a população rural e urbana.

Essas obras, tanto literárias quanto audiovisuais, são ótimas sugestões para se compreender a complexidade e a urgência das questões climáticas, que estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano e, possivelmente, nos vestibulares. Elas nos lembram que o impacto do clima na vida humana não é um fenômeno recente, mas algo que há muito tempo desafia a sobrevivência das pessoas, especialmente nas regiões e nos extratos sociais mais vulneráveis.

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Sobre o autor: Flávio de Castro é pós-graduado em Letras pela Unicamp e escritor. Escreveu Desaparecida (2018) e Minério de Ferro (2021), além de colaborar em diversas revistas, jornais e suplementos. Atualmente é pesquisador no Posling do CEFET-MG e professor de Literatura e Interpretação de Textos no Curso DetOnline.