*Conteúdo produzido por Flávio Castro

Certamente você já viu a famosa foto de Gabriel Medina, amplamente compartilhada e comentada nas redes sociais. A imagem, que captura um momento de pura perfeição e alegria, mostra Medina saltando da prancha, erguendo o dedo em comemoração enquanto a prancha flutua paralelamente a ele. Essa fotografia foi registrada pelo fotógrafo da Agence France-Presse, Jérôme Brouillet. O francês tirou quatro fotos, sendo uma delas a mais marcante, e destacou em uma entrevista que o desafio maior foi antecipar o momento exato e prever por onde Medina sairia da manobra.

Não demorou muito para que surgissem vários memes a partir dessa foto. Personagens como o sambista Zeca Pagodinho, o ex-presidente Jair Bolsonaro e a influencer Gracyanne Barbosa foram inseridos na cena, criando situações humorísticas que viralizaram nas plataformas digitais. A criatividade dos internautas transformou a imagem em um fenômeno cultural, ampliando ainda mais a visibilidade do momento capturado por Brouillet.

Outra atleta brasileira que ganhou destaque nas redes sociais foi a remadora Ana Sátila. Sua participação aparentemente interminável nas Olimpíadas de Paris 2024 virou meme, já que a remadora mineira competiu em 15 provas em apenas onze dias. Um exemplo de meme que circula online mostra uma pessoa em um caiaque amarelo descendo uma grande cachoeira. A imagem ilustra de maneira humorística a presença constante de Ana Sátila nas competições, como se ela estivesse sempre competindo em algo, mesmo em condições extremas. A combinação da frase “Acho que não tem nenhum brasileiro agora” com a imagem exagera a dedicação e a frequência de suas aparições, transformando-a em um símbolo de esforço contínuo e resistência.

Memes retirados da internet

reproduzido da web

Os memes, definidos como elementos culturais que se replicam e se espalham de pessoa para pessoa, foram popularizados pelo biólogo Richard Dawkins em seu livro "O Gene Egoísta". Dawkins usou o termo nos anos 70 para descrever como ideias e comportamentos podem se espalhar rapidamente dentro de uma cultura. No Brasil, a criatividade e o humor dos brasileiros são notórios na produção e viralização de memes, tornando-se uma forma popular de expressão e comunicação digital. Essa habilidade em criar memes reflete a capacidade de sintetizar situações cotidianas em formatos cômicos e compartilháveis, alcançando uma vasta audiência.

A importância dos memes na prova de Linguagens e seus Códigos do ENEM é significativa. Eles são frequentemente utilizados para ilustrar questões de interpretação de texto, análise crítica e compreensão de contextos socioculturais. A habilidade de interpretar textos multimodais, que combinam imagem e texto, e de reconhecer formas de intertextualidade, como a paródia, é essencial para o exame. A paródia, em particular, é uma forma comum de intertextualidade nos memes, que frequentemente reutilizam e subvertem elementos culturais conhecidos para criar humor.

Para estudar um meme de forma eficaz, é importante identificar seus elementos constituintes, como imagem, texto e contexto de produção. Isso envolve entender a referência cultural, o tom humorístico e o propósito comunicativo do meme. Relacionar esses elementos com o contexto de produção permite uma compreensão mais profunda e crítica, habilidades exigidas para a prova do ENEM. Dessa forma, os memes não são apenas formas de entretenimento, mas também ferramentas valiosas para o desenvolvimento de competências analíticas e interpretativas.

Memes e a educação

Assista o vídeo produzido pelo Determinante para saber ainda mais sobre os memes e a relação deles com o ENEM. 

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Sobre o autor: Flávio de Castro é pós-graduado em Letras pela Unicamp e escritor. Escreveu Desaparecida (2018) e Minério de Ferro (2021), além de colaborar em diversas revistas, jornais e suplementos. Atualmente é pesquisador no Posling do CEFET-MG e professor de Literatura e Interpretação de Textos no Curso DetOnline.

 

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