Com 10 iniciativas acontecendo simultaneamente, a Oficina.cc é um coworking com uma escola livre de marcenaria no Bairro Bonfim, Região Noroeste de Belo Horizonte. O local dispõe de um espaço de trabalho compartilhado, com cursos e aluguel de salas. 

 

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“Eu sempre quis que fosse um espaço bem mutável e com coisas diferentes acontecendo ao mesmo tempo”, diz o sócio-proprietário e professor Áton Lourman que, junto com a também sócia-proprietário e professora Nayara Zagnoli, abriu as portas do projeto em 2015. De lá para cá, cerca de três mil alunos passaram pelo local.

"Sempre quis que fosse um espaço bem mutável com coisas diferentes acontecendo ao mesmo tempo", diz o sócio-proprietário Áton Lourman que, junto com Nayara Zagnoli, abriu as portas do projeto em 2015

Túlio Santos/EM/D.A.Press

 

O nome curioso, .cc, é alusão ao endereço de domínio na internet – e por isso, inclusive, eles não precisam colocar .com no site. Mas, para além desse aspecto, o título significa comunidade criativa, referência à iniciativa de construção em coletivo. 

 

Cláudia Brito, professora de Educação Física, começou a frequentar a Oficina.cc em 2019, por influência de uma amiga, e afirmou que só interrompeu em razão da pandemia. Ela conta que faz uma vez por semana um curso com “uma pegada mais livre”, mas que começou com os introdutórios. 




 

“Já fiz muita coisa para a minha casa, banco, armário e fora as invenções de moda que eu arrumo. Faço muita decoração e coisinhas assim, brinquedos de criança… O que eu mais gosto de lá é isso, é um lugar que você pode explorar várias coisas e fazer o que quiser”, ela revela.

 

"Sempre quis que fosse um espaço bem mutável e com coisas diferentes acontecendo ao mesmo tempo", Áton diz

Túlio Santos/EM/D.A.Press


O curso fixo de Execução e Marcenaria custa R$ 480 mensais com encontros uma vez por semana. Já treinamento para mulheres é um curso de 14 horas em 3 dias, e custa R$ 520. Ele ocorre apenas três vezes ao ano e reserva duas das vagas com bolsas de 80% de desconto destinadas a quem não pode arcar com o valor completo. Para além desses e outros cursos, a oficina é um coworking e pode ser alugada. 

 


O valor para ocupar esse espaço varia, conforme explica o sócio-proprietário, “fazemos um plano de acordo com a demanda específica de cada profissional, mas, por alto, o uso diário é R$ 200, semanal R$ 600 e mensal R$ 1.050". 

 

Ele conta que o ambiente o ajudou, sobretudo, a ver o potencial e interesse das pessoas em dominar e entender os afazeres manuais dentro da própria casa. "Tem sido transformador acompanhar o processo. Além da possibilidade de inserção no mercado e de desenvolver um braço mais profissionalizante, é sobre autonomia", diz. 

 

Áton Lourman é um dos professores da oficina

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O professor ainda ressalta que o espírito da oficina é esse "caminhar junto e fazer nascer".


 

Como começou?


Com quase 10 anos de oficina, a ideia surgiu após Áton e Nayara realizarem um curso de marcenaria juntos, que demoraram a encontrar pela escassez na cidade, e o que era apenas um hobby, hoje é profissão “recheada de paixão”, Lourman ressalta.

  

Áton estava longe da área, com um diploma de psicologia, já Nayara se aproximava do cenário com a graduação em arquitetura. Depois do curso, eles perceberam que poderiam trabalhar com aquilo e começaram a pensar em investir.


Nayara, então, decidiu fazer uma pós-graduação em design de imóveis na Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) e Áton partiu para aprender o dia a dia de marcenarias, tentando se aproximar do interesse despertado. 

 

A princípio, a oficina deveria ser na casa do pai de Nayara, mas uma amiga os alertou de "um pessoal com um projeto de coworking que tinha tudo a ver com o que eles procuravam". A dupla foi na reunião desse grupo. Eram pessoas que tinham interesse em desenvolver trabalhos manuais, um projeto bem aberto, e por mais que as ideias não fossem complementares, a vontade era. 


“Havia gente interessada em todo tipo de coisa: pedal, cerveja, marcenaria, motocicletas…”, ele conta. Mas a dupla propôs sua ideia: uma ruptura do sentido tradicional de oficina.

 

Nayara já se aproximava do cenário com a graduação em arquitetura, mas decidiu fazer, também, uma pós-graduação em design de imóveis

Túlio Santos/EM/D.A.Press


O grupo, que tinha cerca de 35 pessoas, ficou reduzido a 5 e o coworking mão na massa surgiu. Eles encontraram um ponto em comum. “A oficina faria de tudo um pouco, com um espaço de trabalho compartilhado em que as pessoas poderiam ir e executar seus projetos. Tudo começou dessa forma”


 

Mas, tempo depois, eles perceberam que também precisavam treinar o público para utilizar as máquinas e equipamentos, assim, dois cursos iniciaram o projeto: Execução e Marcenaria, um curso de introdução, e Marcenaria para mulheres, um curso para e ministrado por mulheres. 

  

“Ambos ainda fazem parte da grade da oficina, o execução é fixo com 5 turmas por semana e o para mulheres acontece três vezes por ano, já tivemos cerca de 30 turmas”, ele comenta.

 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos

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