A discussão sobre o fim da escala 6×1, em que trabalhadores atuam seis dias consecutivos para folgar apenas um, tem ganhado atenção em 2024, trazendo à tona questões de qualidade de vida, saúde mental e direito ao descanso. Esse modelo de trabalho, adotado por várias empresas no Brasil, permite que o trabalhador folgue uma vez por semana, mas não exige que essa folga caia no domingo.
Com uma carga semanal intensa, a escala 6×1 é frequentemente criticada por sua contribuição para o desgaste físico e mental dos trabalhadores. A busca por uma revisão ou extinção desse modelo se fortaleceu com o apoio de políticos, sindicatos e movimentos trabalhistas, propondo uma reavaliação das condições de trabalho para um equilíbrio maior entre vida pessoal e profissional.
O Que é a Escala 6×1?
Na escala 6×1, o funcionário trabalha seis dias seguidos e descansa no sétimo. Embora esse sistema permita compensações para quem trabalha em feriados e dias de descanso, é visto por muitos como uma prática que limita o tempo livre dos trabalhadores e afeta a convivência com familiares e amigos. Estudos revelam que essa carga horária pode levar ao esgotamento, agravando problemas como a síndrome de burnout. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, essa condição é caracterizada por estresse crônico, prejudicando a saúde mental e física de muitos trabalhadores.
Propostas para o Fim da Escala 6×1
Em 2024, o movimento contra a escala 6×1 ganhou apoio significativo com a apresentação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) pela deputada Erika Hilton, que visa uma revisão nas leis trabalhistas. O objetivo da PEC é estabelecer jornadas de trabalho mais equilibradas e humanas, oferecendo tempo adicional para o lazer e atividades pessoais. A iniciativa conta com um abaixo-assinado que ultrapassou 1,3 milhão de adesões, demandando que o Brasil adote alternativas que protejam a saúde dos trabalhadores.
Casos de Mudança: O Exemplo de Pindamonhangaba
A fábrica da Gerdau em Pindamonhangaba, São Paulo, é um exemplo de vitória recente contra a escala 6×1. Após negociações, os funcionários conquistaram o direito de transitar para outras jornadas, começando em janeiro de 2024. Essa medida garante que o modelo de seis dias de trabalho consecutivo não seja mais utilizado, melhorando a qualidade de vida dos colaboradores e estabelecendo um precedente para outras empresas no Brasil.
Quais São os Próximos Passos?
Para muitos defensores do fim da escala 6×1, a solução passa pela criação de políticas públicas e um debate nacional para estabelecer um novo padrão de jornada. Alternativas, como uma semana de trabalho reduzida, têm sido discutidas em diferentes partes do mundo, proporcionando maior tempo para a recuperação dos funcionários e menos sobrecarga semanal. No Brasil, essa discussão pode levar a novas regulamentações que promovam um ambiente de trabalho mais sustentável e saudável.
A transição para um modelo que valorize mais o bem-estar dos colaboradores ainda enfrentará resistência, mas as mudanças em curso indicam um caminho de transformação no mercado de trabalho.