Ao longo de mais de cinquenta anos, a Síria esteve sob o comando firme da dinastia Assad. Este domínio começou com Hafez al-Assad, que assumiu o poder em 1971 e manteve-se como líder até 2000, quando seu filho, Bashar al-Assad, o sucedeu. Durante esses anos, o país viu a concentração do poder nas mãos de uma só família, com consequências significativas para sua estrutura política e econômica.
Bashar al-Assad, antes treinado como oftalmologista, rapidamente se adaptou ao papel de líder autoritário. Desde sua ascensão, o regime tem sido caracterizado pela centralização do poder, controle rigoroso dos setores estratégicos e uma ampla rede de alianças políticas e militares que asseguraram a continuidade de seu governo. Entretanto, a crise humanitária e a guerra civil que abalaram a Síria desencadearam suspeitas e acusações sobre o enriquecimento da família Assad em meio ao caos.
Como a Fortuna de Assad Foi Construída?
A riqueza acumulada pela família Assad levanta questões devido à sua opacidade. Informações do Departamento de Estado dos EUA indicam que Bashar al-Assad teria um patrimônio líquido entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões. Esse enriquecimento pode ser atribuído em parte ao monopólio de indústrias essenciais para a economia síria, envolvendo petróleo, telecomunicações e bancos, setores cruciais sobre os quais a família mantém controle direto ou influência significativa.
A família Assad também está supostamente envolvida em redes sofisticadas de contrabando e transações ilícitas. Reforçando isso, o relatório da Global Witness destacou como os recursos naturais da Síria e transações financeiras ocultas são exploradas para sustentar o regime sob sanções internacionais rigorosas. Esse esquema tem permitido a Bashar manter sua posição, apesar do tumulto e das pressões externas.
Qual o Papel dos Membros da Família na Economia Síria?
Vários membros da família Assad desempenham papéis críticos na economia do país. Asma al-Assad, esposa de Bashar e antiga banqueira, é considerada uma figura central no gerenciamento dos recursos financeiros internacionais da família. Já Rami Makhlouf, primo de Bashar, anteriormente descrito como o indivíduo mais rico da Síria, controlava aspectos vitais da economia, incluindo telecomunicações e construção, órgãos que permitiram a ele acumular imensas fortunas antes de sua queda em desgraça com o regime.
Além disso, outros parentes, como irmãos, tios e primos, têm tamanha influência que se estende ao exército e a negócios críticos. Esse controle abrangente contribui para a manutenção do poder de Assad, mesmo diante de crises nacionais e internacionais.
Como o Regime Assad Resiste às Sanções Internacionais?
As sanções impostas por potências ocidentais, com o objetivo de desestabilizar o regime de Assad, incluem congelamento de bens e restrições a transações financeiras. Apesar dessas medidas, a resiliência do regime é notável. Investigações revelaram que a família Assad possui conexões financeiras internacionais que se materializam em ativos em diversos países, como propriedades luxuosas em metrópoles como Londres e Paris.
Essas redes de influência e riqueza internacional têm permitido ao regime sírio resistir a pressões muitas vezes insuperáveis e manter uma base de poder que se estende além das fronteiras do país. Com aliados estratégicos e um sistema econômico firmemente agarrado a interesses familiares, a dinastia Assad continua a ser uma presença formidável, mesmo em um cenário global desafiador.