A balança comercial brasileira de 2024 revelou transformações significativas no setor automotivo. Segundo os dados divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, houve um crescimento tanto nas exportações quanto nas importações de automóveis. No entanto, o desempenho foi distinto nos dois sentidos.
As exportações, particularmente de automóveis, mostraram um aumento de 2,94%, totalizando US$ 4,3 bilhões, o que representa 1,27% das exportações totais do país. A Argentina continua sendo o principal destino, absorvendo US$ 2,15 bilhões, um crescimento de 54% nas exportações para o país vizinho. Este aumento reflete a capacidade da indústria brasileira de atender à demanda argentina crescente por veículos.
Quais foram os destaques das importações em 2024?
Por outro lado, as importações de automóveis no Brasil experimentaram um expressivo crescimento de 43,2%, atingindo quase US$ 8,3 bilhões. Esse aumento pode ser amplamente atribuído ao influxo de veículos eletrificados provenientes da China, com destaque para a marca BYD. Os veículos de passageiros chineses atingiram quase US$ 3,3 bilhões em importações, evidenciando um incremento significativo de 201,3% em relação ao ano anterior.
A entrada de automóveis chineses tem moldado a dinâmica do mercado brasileiro, especialmente no segmento de veículos elétricos, onde há uma crescente demanda por tecnologias mais sustentáveis e inovadoras.
Qual é o papel da China e da Argentina no comércio automotivo brasileiro?
A relação comercial entre Brasil e China se fortaleceu ainda mais em 2024, com a China não só liderando as importações de veículos, mas também consolidando sua posição como um dos principais parceiros comerciais. Ao todo, a China enviou US$ 64,6 bilhões ao Brasil, mostrando uma estreita cooperação econômica. De forma semelhante, a Argentina manteve sua relevância enviando US$ 2,3 bilhões em veículos, um aumento de 6,7% em comparação com 2023.
O cenário nos leva a considerar a importância da diversificação nas fontes de importação e a busca por um equilíbrio entre as exportações e importações para fortalecer a balança comercial do país.
Perspectivas para a Produção Local: GWM e BYD
Visando reduzir a dependência de importações, empresas como GWM e BYD planejam iniciar a produção no Brasil em 2025. Essa movimentação busca aproveitar as vantagens do mercado local e responder ao crescente interesse por veículos eletrificados. Ainda assim, essas empresas inicialmente dependerão da importação de componentes e peças, complementando sua produção local com o auxílio de outras marcas como JAC, Zeekr e Caoa Chery.
Com essa estratégia, espera-se que o Brasil avance na cadeia produtiva automotiva, promovendo desenvolvimento econômico e tecnológico simultaneamente.
A integração de novas tecnologias e a diversificação na produção nacional serão fundamentais para consolidar o Brasil como um ator relevante no mercado automotivo global, atraindo investimentos e fortalecendo sua posição internacional.