Em um marco significativo para a física quântica, pesquisadores dos Estados Unidos conseguiram realizar o teletransporte de um estado quântico de luz através da internet. Esse feito notável foi alcançado utilizando mais de 30 quilômetros de cabo de fibra óptica, enquanto o tráfego regular de internet fluía de forma concomitante. Tal avanço abre novas possibilidades para a fusão de redes quânticas e clássicas, utilizando uma infraestrutura compartilhada.
O processo de teletransporte quântico envolve transferir as propriedades de um objeto quântico de um ponto a outro, sem mover fisicamente o objeto. Isso se assemelha ao teletransporte da ficção científica, mas é fundamentado em princípios de mecânica quântica. Trata-se da destruição da versão original, enquanto uma réplica é criada em outro local, utilizando as características quânticas do objeto.
Como funciona o teletransporte quântico?
Para realizar o teletransporte quântico, é essencial garantir que o estado quântico original chegue ao destino sem ser alterado. Os pesquisadores conseguiram isso estudando as interações da luz dentro da fibra óptica, desenvolvendo técnicas para minimizar a interferência de sinais da internet comum. Utilizaram posições específicas para os fótons dentro da fibra óptica para que a dispersão e a mistura com outras ondas de luz fossem reduzidas ao máximo.
![](https://www.em.com.br/emfoco/wp-content/uploads/2025/01/fibra-optica_1738044729152-1024x576.jpg)
Quais foram os desafios enfrentados pelos pesquisadores?
Um dos desafios principais foi o emaranhamento quântico, uma característica essencial em processos quânticos, que poderia ser interrompido se o comprimento de onda estivesse próximo ao utilizado pelo tráfego de internet comum. Para contornar isso, escolheram um comprimento de onda distante, preservando o emaranhamento. Outro aspecto crucial foi a medição destrutiva em dois fótons que permitiu a transferência do estado quântico. Assim, mesmo que o fóton não viaje a grandes distâncias, seu estado é replicado em outro fóton distante, facilitando a troca de informações.
Qual é o impacto potencial desse avanço no futuro das comunicações?
Os resultados deste experimento indicam um futuro promissor para as comunicações quânticas. A possibilidade de integrar redes quânticas e convencionais pode revolucionar a troca de informações, oferecendo um nível de segurança e eficiência sem precedentes. Com o teletransporte quântico limitado apenas pela velocidade da luz, vislumbra-se uma nova era nas telecomunicações, abrindo caminho para avanços tecnológicos em vários campos.
Este avanço não apenas demonstra a viabilidade técnica do teletransporte quântico, mas também reforça a capacidade de inovar no uso conjunto das infraestruturas quânticas e clássicas. À medida que a pesquisa avança, espera-se que essas tecnologias transformem drasticamente a maneira como entendemos e utilizamos as redes de comunicação no mundo moderno.